quem conta um conto aumenta um ponto
e mais não digo ....



ADEUS ANO VELHO




Feliz Ano Novo. Que tudo se realize! Para mim, para você, para todos nós. Caso eu tivesse uma receita à dar, diria: "encha o universo de gentilezas, de sorrisos, espalhe-se em todos os cantos como uma cachoeira de luz e vença a sua própria sombra, quando preciso, pelo cansaço". A gente, afinal, tem mais chances de colher aquilo que planta.
Dias novos, vestidos de atitudes velhas vêm com pouca valia, como sabemos desde sempre.
De minhas novidades ainda sei pouco. Estou tateando-as. Faço amizade com elas todo dia, enquanto me acostumo a ser a mesma menina, numa mulher diferente. E nada espero, além de mim mesma, da força da minha presença una, sincera e realizadora em cada fato cotidiano. De antemão sei que tenho muito trabalho pela frente, em 2009. Estou bem disposta. Amo viver porque amo e só. É como dançar. A gente dança porque é gostoso, ama porque é gostoso e assim sucessivamente com tudo que tem importância na vida. As coisas mais importantes não carecem de explicação e isso vale em qualquer dia do calendário. Um amigo me lembrou "amor não se entende, amor se faz". Há pouco tempo rememorando o irreverente Tim Maia, o vi comentando sobre a sabedoria dos gorilas, araras e similares por ignorarem o tempo e apenas curtirem suas vidas. Acho bonito, no entanto, a simbologia que as contagens têm. São, de certo modo, uma oportunidade de reavaliação. Adoro tem um ano novinho em folha à minha espera.

TODO DIA PARE UMA ALEGRIA





Você já brincou de pedra, papel e tesoura? A pedra sempre engole o papel e a tesoura. Esta última, por sua vez, pode cortar o papel e por isso é mais forte. Assim é. A pedra pode ser a alegria, nesta nossa brincadeira de hoje. O papel a tristeza, que às vezes suja nosso quintal. E a tesoura é o seu poder de escolha. Qualquer criança sabe que a pedra é imbatível em todo jogo. Hoje estou pedra. Turmalina. Rosa.
De qualquer jeito, bom é quando assim:
pouso a pele no sorriso do dia, logo cedo. É um tempo quente este do despertar. Me ponho à ser a moça do Manoel, de pernas abertas para a manhã. A tarde, danço a brisa com meu vestido de menina. E de noite faço amor com as luas, comendo maças. Poderia ser tão plácido o ato de simplesmente viver. Não caibo naquela calcinha de bolinha. Nem na tua cueca samba canção. ”A vida é simples. A gente é que complica tudo”, Antônio Montone . Talvez por isso, às vezes, acordo querendo ser só chama para aquecer dezembro.
"Seja diferente. Seja Reluzentë..."Cora Coralina

LENHA

É tão gostoso compartilhar prazeres. Então quero te contar um gosto que tenho. Ler o educador DeRose, autor de dezenas de livros. Ele é o codificador mundial do SwáSthya Yôga ( o yôga pré-clássico, que existiu na Índia há 5 mil anos). É também meu mestre. As palavras deste menino faíscam como seus olhos maduros. São fortes. São cheias de vida. Você agora tem a oportunidade de acessar o blog do DeRose, um ponto de encontro dos milhares de instrutores da Universidade de Yôga, que trata de temas do nosso metiê, mas também de curiosidades e olhares desta personalidade. Para conferir acesse www.uni-yoga.org.br/blogdoderose.

Ao mestre De meus parabéns por mais esta iniciativa de comunicação e sempre obrigada por tudo que aprendo com seus exemplos e sua didática. Você é pedra preciosa à toda a gente rara. É um prazer conhecê-lo!

É um prazer também intuir cada um de vocês, aqui comigo, visitando minhas palavras

beijos solares

AS MINAS DE SAMPA





São Paulo é uma menina inquieta. Sonha acordada. Caótica. Inexplicável, digamos de uma ótica mais cartesia. É preciso olhá-la de cima ou em perspectiva para ter idéia de onde seus labirintos se encontram. Invetitavelmente, haverá sempre uma luz acesa em Sampa. A Avenida Paulista engole e também da fome. Cidade tobogã. Dá gosto se jogar no arrepio.
Hoje eu me peguei São Paulina Roxa. É que tenho a sensação de que tudo pode acontecer nesta cidade. Fotografei essa sensação de gostar de um lugar, que pode parecer comigo mais que eu sabia. Era aqui e agora que eu queria estar, mesmo, em mais um dezembro: em minha pele.

BUMMMMMMM!!!!!





Nunca tive medo do que explode em mim. Talvez devesse, porque nada fica indiferente a uma bomba e os estilhaços ferem. Tem emoções que rodopiam até fazer vomitar. Até que a gente aprende a voar acima delas. E essa viagem começa, na imaginação. "Não fique esperando a vida passar tão rápido. A felicidade é um estado imaginário". Quando a gente vê as prisões, bem lá de cima, elas viram ilusões de ótica. Quis acreditar, que meu corpo e alma eram passagens para o infinito. E assim muitas vezes me perdi, no mundo dos que exigem provas. Não importa. Também me salvei de ser outra morta-viva na selva de plástico. Nada me fez ainda arrepender, ainda, de não tolher nenhum veio da minha existência. Certos nãos da vida explodem no meio dos meus miolos, como o sol do meio dia. Não dá para arrolhar meu sangue, como fosse um vinho tinto qualquer. Sou água corrente. Um acontecimento em movimento. As vezes, um rodopio. Noutras só o bico do papagaio querendo mordicar um alface verde. Sou tão menina, que me assusto, quando penso que há trinta e cinco anos, num dia número 7, morria Neruda e nascia Carolina. A vida é assim. Contínua na beleza.

FESTA NA COBERTURA



Lá, bem ali, sentada em cima de uma das montanhas azuis estou eu, desta vez a Carol Nanda Lina , tendando achar graça no colorido da lucidez. Sempre amei flores azuis. Se bem que agora minha cor predileta tem sido o lilás. Quero ir além da calma. Adiante.

A Maria Louca e o Zé Mané





No silêncio da tua dureza, eu coloquei metáforas tão tontas e zonzas, quanto uma abelha bêbada de vodca barata. Sim eu boto estranheza no nada, vez em quando. E daí? Sou Maria, a estranha que, a propósito, não veio ao mundo para parir seu salvador. Sou bisneta da perdição, mesmo. Se me dessem o papel da santa e o da puta, nessa filha da P de peça, ficaria com o segundo, apesar de crer em milagres. E o Zé mané?ah, ele era um solitário abstênio, cheio de convicções de botequim. Era ladrão de galinhas. Gostava de matá-las para comer-lhes o coração. Credo né?Eu adorava omelete, com salada e assim termina a história de amor , que nem começou e por isso não tem fim.

(trecho de diálogo da comédia autoral da Peça A Maria Louca e o Zé Mané)

Missiva De/Para uma Sagitariana



Você já está crescidinha para saber que há uma inutilidade tacanha comum em nossa auto-importância e outra indêntica, em nossa humildade de aluguel. Se você olhar fundo nos olhos de um lagarto, se enchergará de alguma maneira ali. E se mirar o presidente dos Estados Unidos (bem antes da crise) a um palmo de distância, continuará ali. Somos fruto da mesma busca de sentido ou, quem sabe no fim das contas de sentir. Enquanto o mundo, aos solavancos, imerso em crises variadas, caminha para uma catarse ou quem sabe para a maior das catástrofes anunciadas, eu entendi que não tenho precisão de nada. Eu quero.É diferente. Não se trata de

pirraça mimenta, de menina pimenta. Não! Trata-se de um gosto pela
vida. Viver me apetece por demais. Como disse Fernando Pessoa "As
pedras eu guardo. Um dia farei um castelo".

Faz algumas manhãs, em meio ao caos que anda minha vida olho no espelho e repito : hoje começa a parte do filme, em que eu consigo tudo aquilo que eu quero. Ainda não sei o
caminho para alguns sonhos. Há uma cegueria assutadora nos dias do futuro. E um cansaço antecipado, repleto dos medos que teimam em invadir a bagagem de mão.
Tateio vias , por vezes imaginárias, mas inerte não fico. Não posso. De noite eu sinto o vento soprar-me adiante, seja como for, ainda que um sopro gelado seja capaz de me trazer ao ponto de partida. Eu recomeço, simplesmente pelo prazer do movimento. Tenho asas, na minha fantasia. Mais de pássaro, que de anjo.
Hoje , quando páro para observar a paisagem, não há tantas incertezas quanto ao que,definitivamente, não me compõe. Houve um

tempo em que me sabia frágil, quando na verdade sempre fui apenas

intensa. Sou elemento fogo. Acolho o poder da minha vontade no ventre. Lá estão todos os filhos meus, que ainda não pari. Irmãos do meu príncipe Cauã, meus livros, espetáculos, aulas de swásthya yôga, meus afetos, minhas partes ou minha inteireza, pois não dissocio o amor que tenho pela minha orelha esquerda, do que sinto por outros vãos. A pele , do pêlo. Talvez por isso ache natrural querer que você veja no dedão do pé, a mesma beleza da minha bunda. Sou eu ali também. Minha unha também se regala nos meus prazeres. E sofre quando eu choro os mortes que não quero aceitar. Sou mamífera e preciso de vínculos para me desenvolver. Num ataque de autohipnose, posso até pedir que você oferte seus seios para prover minhas feiúras como fosse uma demanda legítima. Depois passa. No fundo eu sei que não te preciso. Posso te querer, mas isso já é outra estória. Eu gosto de você, o que também já é outra coisa.
Continuando a prosa, Ainda estes tempos, um amigo
me disse que quando te jogam no chão, te chutam, te enganam, tiram

sarro dos seus sentires ou seja lá de que forma te ferem, a troco de

nada ou de alguma moeda de troca, não importa, o que vale é que esta é,
paradoxalmente, sua divina oportunidade de medir o poder do seu pulso firme em optar pelo

sorriso. E meus pulsos são pequenos como os de um bebê, só para denotar a feminilidade que me denuncia até nos ossos. É que se mil vezes eu nascer quero ser fêmea, já disse, mas um soco meu pode doer mais do que o do Popó. Parece assunto de Poliana, só que constatar a amplitude da sua decisão de ser um ser feliz independentede qualquer infeliz é um presente e tanto. ´A gente sente-se mais auto-confiante.
"Os meus inimigos eu enfrento sem medo. Eu aproveito para lutar enquanto é tempo"..

Posso ser mais menina, que a ingenuidade de uma garotinha de cinco anos. Mais velha que
uma anciã. Posso ter a adolescência a pulsar na ponta dos dedos, ser fruta madura e também caroço de azeitona. Não sou muitas. Sou pessoa. E pessoa é o que decide. Então, as vezes, a gente pode sentir que é nuvem ou pena e até pedra. Tenho prazer e alegria em passar por cada um destes cantos de mim, vez em quando.
Foi e é difícil ter compaixão comigo. Cheguei a me odiar muitas vezes. Raiva passageira. Nunca atei-me em emoção alguma. Tenho um amor real pela liberdade. E não existe liberdade sem mudança. A gente tem que mudar a todo instante de atitude, para captar algumas nuances da vastidão embutida no termo viver. Mais fácil e elegante, que expulsar um penetra de uma festa é negar-lhe a atenção e dançar só com seus convidados. As emoções podem condimentar ou azedar a sua vida e eu , confesso, que já estraguei meu angu algumas vezes por pura falta de atenção ou teimosia ou isto ou aquilo. O melhor é foi quando consegui jogar a papa podre fora, rindo. Sem, nem por um minuto achar, que eu era a meleca. Como tenho rido muito, penso que, em suma, nunca estive tão feliz por estar realmente aprendendo a lidar comigo. Ainda não me perdoo por algumas coisas, mas sei que sou bela e devo celebrar isso, sem falsa modéstia e com muito amor no coração. Sou aventureira nata. E me amar cada vez mais, tem sido adrenaloina pura, porque há curvas perigosas e acidentes de percurso, mas aprendi que eu tenho esse direito. E devo exercê-lo com dignidade. Parabéns Carol Montone pelos inestimáveis avanços. Persevere!!!
E você como está? Espero que muito bem também, apesar de qualquer "De"..pois como disse certa vez a Clarice "é o próprio apesar de que te empurra para frente", se você quiser..claro!

CONVITE




Olha o Saraubéia aí " minha gente fina elegante e sincera"!!! Neste domingo tem festa cultural na Casa das Rosas, em Sampa. Você é meu convidado especial. Estarei em cena. Começa as 19h. Em nosso balaio cultural há literatura, teatro, dança, música e muitas surpresas. O segundo número da revista Trapiches, cujo lançamento também é fruta madura de nosso balaio, está recheado de novidades apetitosas. Assino duas reportagens, uma sobre teatro e outra sobre contação de histórias. O time de colaboradores deste projeto é corajoso e reúne visões mais abragentes sobre o "fazer arte" neste país. Confira! www.trapiches.com.br , uma publicação do projeto Macabéa.

Eu tô só felicidade! A Casa das Rosas é um local encantado na Avenida Paulista, 37. Tem cheiro de possibilidade, sabe? Estar em cena num local assim tão poético e em meio a artistas empreendedores e independentes aguça meus sentidos. E quando fico assim mexida, o couro come. É assim como se minha carne se derretesse em saliva e a alma engolisse meu corpo. Adorooooo!
Beijos
e aparece lá com o ar de sua graça
Puxarei uma grande roda de ciranda, uma das mais deliciosas manifestações populares. A gente sente a energia rodar de mão em mão.....Quero seus dedos enlaçados nos meus. Digo os seus dedos. Essas extremidades tuas rara pessoa, que só quer compartilhar a vida, sem julgar, sem racionalizar, simplesmente..vivendo...
"Essa ciranda não é minha só..ela é de todos nós..ela é de todos nósss"......

SARAUBÉIA
DOMINGO
19H
CASA DAS ROSAS
AVENIDA PAULISTA, 37
ENTRADA FRANCA

PARA QUE.





Quantas vezes perguntaremos o que somos e no meio das definições nos acharemos perdidos? Para que investigar motivos se o que importa, quase sempre, é indiferente às explicações. E é tão belo quando nada se sabe e tudo acontece. Em meio a uma ciranda de simbologias, ladeados de compromissos com a manutenção da persona, quase sempre o que fica a deriva é o melhor de nós. Quando lembro disso, quase chego a não me arrepender de ter abdicado de minha capa de mulher maravilha e aparecido tão menina diante de teu hálito macho. De toda forma nenhum disfarce dura todos os carnavais e sua retórica também ruiu com o tempo. Acabei te pegando com as calças na mão, assustado. E chorei um samba-canção mal acabado, nas tuas costas nuas. Uma melodia de quereres. De te querer bem.
Pouco estive preocupada comigo ou contigo, é verdade. “Aquilo” que está entre as vontades é que me chama atenção. Exatamente aonde as fomes se misturam e formam uma energia comum. E energia não morre, nem vive em tempos passado presente ou futuro. Energia se condensa e se dissipa, circula, muda de lugar.
Para quem só enxerga diante da pele, o óbvio, todo o resto é esquizofrenia. Vir o mar, na saliva das bocas misturadas, num só desejo, é também correr o risco de encontrar tubarões e icebergs. Então, talvez para uns seja mais fácil sentir a língua só como um pedaço estranho de carne, enquanto outros têm em cada parte de si a imensidão.
Somos talvez um oceano azul, bonito, mutante, que guarda profundezas e mistérios, atravessa as marés e segue até o sem –fim da linha do horizonte. De toda forma, aprendi a duras penas, que muitas vezes é preciso contemplar certas paisagens calada.

Maré Mansa da Saliva no meio de um sorriso








Há uma sobriedade fascinante na mansidão. Um cheiro de sossego. Um deitar-se sobre o tempo dos acontecimentos. Aquele do pé de romã, cujas frutas estão verdes. O aconchego do chão, só acontece para quem tem o céu nos olhos. Neste caso é possível rumar firme e forte até os cumes mais altos de objetivos pessoais e intrasferíveis, sem perder a leveza. As árvores costumam ser bons exemplos de equilíbrio. Enquanto a raiz está lá forte e imóvel e o caule cumpre sua função de interligação, as folhas dançam ao sabor dos ventos, num balé delicioso de sentir. O cume das árvores vai longe sem sair do lugar. E nem por isso conjuga-se um paradoxo. Ao contrário, indica que é preciso estar inteiramente apaziguado em si próprio para saborear a vastidão.
O chão pode ser o pouso do tombo, mas também o melhor ângulo para contemplar as luas.
Meu rebuliço e minha paz convivem, assim, unidos como as contas de um colar. Cada qual é elo imprescindível.

meu beijo afetuoso a cada um que passa por aqui, mesmo correndo o risco das minhas repetidas ausências. Afinal, quem assume o risco ganha a possibilidade certo??

Sole Mio



imagem Carlos Almeida

O sol escorre, todo dia, sobre nossas cabeças exaustas, a doçura e o poder da vida. A luz. Melecados dessa força invisível, a energia do movimento, seguimos ao encontro de nossas buscas. Se o passado é rijo, feito a rapadura, a quentura do hoje faz derreter a dor, mais cedo ou mais tarde. E se feito de levezas, o anteontem paira como balões coloridos na brisa alaranjada das tardes. Talvez seja assim: há paisagens que nos chegam como um lindo pôr-do-sol. Já nos acontecem, de partida. E tentar retê-las seria ir contra a natureza das coisas. Seria acabar com as manhãs. Quão belo é saber, que o sol é como o mar...não tem começo, nem fim...assim como tudo o que é divino. Como o amor, seja como for

Seguem Arteirices de Botequim de uma noite solar....


O EU EM CENA



Eu eu cena no espetáculo Retratos de Mãe, do pernambucano Ronaldo De Brito. O espetáculo foi premiado no último sábado num festival regional, que reuniu dezenas de companhias paulistas em Salto.

Minha vida não cabe em minha narrativa e vice-versa. Existe uma simbiose estranha entre essas partes do mesmo todo: eu, que sou tantas assim, no palco da minha existência.
Ontem estive pensando que certas dores são como as pedrinhas, estarão lá para sempre no universo, mas podemos usá-las, quando vier esse contentamento, para jogar amarelinha e sinalizar novas aventuras. A tristeza é estática. Ela fica aonde a gente coloca. Já a alegria não. Nessa ninguém põe rumo. Ela espalha no vento, feito painas. Lembrei do meu avô dia desses, quando pensei que gostaria de me deparar com uma árvore repleta de painas. Sabe aquelas pluminhas brancas, leves? Será que elas existem memso ou foram fruto da minha infância? Gostaria que ele, meu avô, estivesse também na sombra da árvore, quando eu a encontrasse assim de repente por aí para um longo abraço. A gente as vezes quer cada coisa não é??
Tive pensando também que sei quando vou ou não vou amar uma pessoa, de cara. É pelos olhos que meu amor acontece. Depois, ele dá vários passeios, claro!. Mas sem dúvida eu amo o seu olhar. E amor de retina é eterno, mesmo de costas. Mas vai explicar isso pra gente cega né?? pra que perder este tempo. Vou é tentar desenhar meus quadrados de giz para brincar um pouco de amarelinha. Tô precisando.
em tempo:

Há uns versos de kahlil Gibran, escritos faz mais de 100 anos que dizem assim:
"As pessoas dizem: darei para quem merecer. Mas não é isso que dizem as árvores. Elas dão para poder continuar vivendo, porque guardar é perecer. Na verdade é a vida que tudo divide e compartilha e os seres humanos não são nada além de testemunhas da sua própria existência"".....

lembrete: Para conferir a noite sem fim acesse WWW.CULTURABOTEQUIM.BLOGSPOT.COM

TÁ RELAMPIANDO ........



Não pude conter o ímpeto de dizer do amor na voz do amado Paulinho...
Talvez porque teu hálito quente choveu nas minahs descrenças hoje, de maneira definitiva. Ou não. Talvez porque te ame num pra sempre que nem precisaria de fato existir, porque já nasceu sendo........assim...forte e vasto de eternidades........seja o que for que nós viermos a fazer com isto tudo.......menino bonito
De qualquer forma....
Nossas festas estão anunciadas entre anjos e demônios
Não há dualidade no mesmo querer.
Que saibamos celebrar a cotento, sem começo ou fim...
O futuro morre cada vez que a gente acorda.....

ATENÇÃO!!! ATENÇÃO!!!



(Clic em cima da filipeta)




"Há os que sentam e choram. Há os que se levantam e fazem"....mestre DeRose (clique para saber quem é o codificador do SwáSthya Yôga )

Espaços extra-oficiais podem acomodar muito bem dança, poesia, teatro, música e muito mais. O cardapio alcóolico não é a única saída para quem deseja alterar a consciência. Boa notícia em tempos de bafômetro solto por aí né? O contato com a arte também deixa todo mundo doidão, com raras excessões e não dá ressaca. No interior, aonde os teatros são ainda mais mal cuidados, que de costume e a burocracia é talvez mais burra, uma saída para comunicar é reutilizar espaços fadados a serem uma coisa só....
Uma mesa de botequim pode ser palco de muitas aventuras. A cena é recheada de outros sabores com a proximidade entre "platéia e público", com a falta de linhas divisórias entre o fazer e o receber e aonde tudo vira compartilhar. Desta idéia nasceu o Cultura de Botequim evento itinerante que leva arte para a boemia Campineira e paulista, com apresentações interativas em bares.
Você é nosso convidado. Venha vivenciar uma noite sem fim!!!!!!!
acesse : www.culturabotequim.blogspot.com


CONVITE



O SOCIEDADE ALTERNATIVA ESPAÇO BAR CONVIDA VOCÊ PARA O EVENTO



CULTURA DE BOTEQUIM
direção Carol Montone



INTERVENÇÕES CULTURAIS DE TEATRO, DANÇA, POESIA, MÚSICA E OUTRAS SURPRESAS



VOCÊ PODE PARTICIPAR DO ESPETÁCULO NO NÚMERO DE IMPROVISAÇÕES.



09 DE AGOSTO

ÀS 21H

NO SOCIEDADE ALTERNATIVA BAR

RUA SAMPAIO FERRAZ, 447 CAMBUÍ

CAMPINAS-SP

Entrada franca


concepção e direção : Carol Montone

elenco: Carol Montone - atriz, jornalista. Medalha de prata no concurso de declamadores 2008, do Centro de Poesia e Arte de Campinas. Autora publicada em diversas coletâneas literárias e sites.A atriz realiza intervenções culturais em diversas cidades brasileiras com o projeto itinerante "Viva Poesia" , aonde também apresentou monólogos como Aprendendo a Viver, uma adaptação de Clarice Lispector. Carol integrou trabalhos de diversas companhias teatrais e outros no cinema, como o curta-metragem "Sete", da preparadora de elenco Fátima Toledo (Tropa de Elite) , a ser lançado ainda este ano.

Érica Doiche - atriz e modelo. Atua tanto em curta-metragens, Tv e Teatro, além do mercado publicitário em fotos e desfiles.

kamilla Mesquita - bailarina, intérprete e criadora de uma série de espetáculos de danças femininas e /ou circulares em Campinas e região. É professora. Dirigiu uma série de vídeos-dança em experimentações sobre o movimento.

Nando Almeida. Ator com vasta experiência de palco, está em cartaz atualmente com a montagem o Santo e a Porca de Ariano Suassuna. É ator da Companhia Matéria Prima. Também possui trabalhos em cinema.

Rodolffo Berini - Ator, artista plástico, percussionista, membro da CiaCenarte. Atua em teatro há mais de dez anos, não só como ator, mas como cenófrago e figurinista. Tem um trabalho musical voltado à intervenções de rua , baseado em cantigas populares.

MINHAS NOITES NUAS E TUAS




Deixar do mitológico "ser"" """eu"", para experimentar a liberdade da vastidão de ser tudo, ao mesmo tempo , aqui e agora é tirar a roupa num repente e logo em seguida viciar-se a nudez. De repente, a gente nem quer mais o aprisionamento de qualquer identidade, por mais bem pensada que seja. A gente se surpreende no contentamento de ser parte do fluxo. É assim na arte. Olha que curiosa essa interpretação do dicionário: arte é a capacidade que o homem tem de, dominando a matéria, pôr em prática sua idéia. Eu já acho meio ao contrário. A arte pode acontecer no intervalo que cessa o pensamento e acessa a intuição. Seja como for, fazer, receber ou principalmente comapartilhar da arte é um sem fim de possibilidades....
Hoje eu conheci pessoalmente o dramaturgo e cineasta Domingos Oliveira. Me encantei com a irreverência de seu Cabaré Filosófico , em cartaz no Canequinho Café, no Rio de Janeiro. Ele, me trouxe a graça de seu fazer artístico nos lábios. Beijou minha noite na boca. Eu retribui o carinho com a felicidade, que ajudei a plasmar em seu palco. E assim fomos todos felizes, numa noite sem fim...
Poucos de a chance de compartilhar grandes paixões profissionais com os melhores amigos. Eu tenho. Minha irmã , escritora e cantora, agora também se aventura pelo caminho ancestral do teatro, com a minha benção de atriz e arteira e a de Domingos, que a traz brilhante em seu cabaré.

Travessuras do Pensamento por Domingoss:

" Pensar não é agir. Tem gente que pensa o dia todo e nada faz. falar também não é agir. Falar só é agir quando alguém ouve. Cantar é sempre agir, mesmo quando ninguém ouve""""
" As coisas só existem porque a gente pensa nelas. Então pense em mim...."
............
Trecho do filme Nome Próprio, de \Murilo Sales, com Leandra Leal..ótima no papel de uma intensa e atormentada blogueira
"
"Eu só ganho corpo na palavra..um corpo-palavra. As vezes eu escrevo meu medo...."


...............................
Obrigada ao poeta Claufe Rodrigues que me fez uma bela canção sobre minha adolescência..."15 anos""


" Essa noite eu daria meus sonhos para ser um sonho seu" (Claufe Rodrigues...techo do show Sol na Boca...www.solnaboca.blogspot.com)

" Não dou mais porque não tenho. Perdi tudo no jogo. Tenho marcas e feridas. Brinquei com fogo"(idem ao anterior)
..................
Essa última é uma aprceria minha com Roberto Carlos Para Você..que aqui está comigo, cara a cara, mesmo tanto distante.. e por que eu ainda nem lembrei...apenas sinto muuuitasss saudades...

" Me perdi de tanto amor. Ah, eu enloqueci..ninguém podia amar assim e eu amei. Devo confessar, ai foi que eu errei"

Da Liberdade do Paradoxo





Não suporto ternura desperdiçada, nem minha, nem alheia. Nada deve ser reprimido. Nem mesmo "coisas" com a raiva. Então por que, qual seria o argumento plausível para matar um afeto? A raiva?? O ego?? a auto-presevação?? bom, esta última hipótese é a que me convence, por enquanto. Porque que o mundo está difícil, isto está e todos sabemos. Tem muita doidera, no mal sentido, por aí.
Mas será que a nossa dureza cotidiana não disfarça ainda apenas a mesma coisa? A boa e velha repressão do sentir/expressar prazer? Sim, pois a senhorinha pode sorrir para o padeiro em agradecimento ao pão sovado por suas mãos, mas a moça bonita o deixaria constrangido, talvez ou pior ainda, assanhado equivocadamente. Outro dado relevante é que parece, que até aqueles que trepam, mais que moleque em cerca de fazenda, têm se valido do mesmo recalque. É como se tivessem que transar escondidos de si próprios e de suas verdadeiras motivações, rápido e com o maior número de parceiros possíveis, para das "experiências" nada viverem de singular.

Acho que é preciso vivenciar todas as emoções, até mesmo para abandoná-las se assim for a hora. Nenhuma é maldita. Todas são experiências que podem virar algo bom. Por exemplo, tudo nessa vida acontece entre duas polaridades. A positiva e a negativa.É no meio da diferença, que está a liberdade e também o paradoxo. Ou quiça a liberddade do paradoxo.... É certo que há exatamente o que tem que ocorrer, quando estas polaridas se encontram num mesmo contexto. O problema é que, as vezes, cada qual está exclusivamente em sua circunferência particular e aí fica difícil qualquer interceção, ainda que haja muita querência. E isso é a única pena da vida. Aquilo que nos negamos, ou que nos negam, por simples obstinação e não por escolha. Sim, pois a escolha é sagrada. Sempre! Mas quantas vezes escolhemos???

Pensando em coisas assim, eu descobri porque eu ESCOLHI praticar a afetusidade. Porque me dá prazer. E não desperdiço meus afetos, que devo confessar - um tanto envergonhada - estão cada vez mais raros também, por osmose. Mas creio ainda naquela boa e velha história: fazer amor sempre foi e será mais gostoso, talvez e quase com certeza, não por nenhum pudor, mas porque nessa ocasião a gente se permite também ao ridículo da afetividade pura e simples, como a eforia de beber água da bica.
( claro que isso não significa apologia às instituições falidas e nem ao papai e mamae da santa culpa e nem a monogamia, porque afeto não tem cor, nem modelo tamanho único e pode acontecer num segundo eterno de dois tempos, que nunca mais se encontrarão).

Puxa ficou parecendo texto de auto-ajuda de site de relacionamentos...hahah..mas não apagarei, pois recebi/troquei tanto afeto agora, que me permito ser um pouco ridícula. A alegria sincera também nasce do desapego da pose. HA HA HA HA
lembrando que: De pensar morreu o burro. As vezes é mesmo melhor cessar as armadilhas da racionalidade e apenas se entregar as sensações. E se o sentir da hora foi ruim, aniquile-o com um outro que você, com certeza, conhece ou almeja. Não reprima apenas rejeite o que não te serve. Ou unicamente tente! Como diz uma norma de segurança da filosofia prática SwáSthya Yôga "Esforce-se sem forçar", mestre DeRose (educador, codificador do Swásthya Yôga)

CERTAS MENINAS QUE RIEM DE CHORAR



Foto Acheite




São Paulo, capital, hora do Jornal Nacional, da sacada uma janela aberta chama meus olhos. Lá, na tela da grande TV, Fátima e Wiliam falam das aberrações e injustiças do dia, enquanto uma bela garotinha apenas dança. Ela já traja pijamas, mas empolgada como se sentisse o primeiro raio de sol nas ventas, rodopia, saltita e sorri muito, emanando ao universo a energia cheirosa da inocência. Ela está sozinha na sala que vejo, da varanda aonde respiro a metrópole. Naquela menininha me revi. Quantas e quantas vezes houve música suficiente em mim para bailar qualquer tempo ou tempestade, com a mesma leveza das crianças que são super-homens e mulheres-maravilhas invencíveis, simplesmente porque pensam e, portanto, vivem no instante presente, vivem exercitando a presença...
Lembrei do super-homem de Nietzsche e seu conceito de superação através do enfrentamento do presente e das suas contradições. Concordo.

Eu não aprendi o que o tempo é. Nem aonde termina. Dizem que cura tudo. Também não consegui mitificá-lo, a tal ponto. Acho que ele, assim como tudo, é o que acreditamos que seja. Decidi não temer esta ‘entidade” e ponto. Nunca estive submissa a ele, ao contrário procuro fazer amizade. Curti-lo, no que tem de melhor. Não é o tempo que nos faz finitos. É a dor. Só ela nos encerra na mediocridade de uma única emoção. “Infelicidade é questão de prefixo” já disse Guimarães Rosa.

Quando um cansaço de séculos de incomprrensões me encontra, sei que apenas preciso dormir mais, ainda que seja urgente permanecer sempre lúcida e acordada. Assim como a garota “pirueta de pijama” eu ainda não entendi o mecanismo de algumas coisas. O quebra-cabeças delicado de encaixar os meus desejos nos desejos do mundo, a minha vontade, na lógica do contexto, ainda me parece intelinigível, ainda que seja, formalmente, um brinquedinho bastante apropriado para minha idade. Quando esta ansiedade me entristece, eu apenas procuro uma janela, procuro fechar os olhos, para me ver, respiro e depois finalmente enxergo meninhas livres, leves e soltas, que me lembram que sofrer é um valor judaico cristão, que nunca me pertenceu. Nunca quis disputar o reino dos céus com os “privilegiados’ fracos e oprimidos. Sou devota da alegria!
Não por coicidência, na entrada da casa dos meus amados, pai e Izildinha (a sacada em que estava), o visitante se depara com um balaio de maracas, chocalhos e outros instrumentos de percussão, além das bailarinas de Degah e outros elementos coloridos, que nos remetem ao prazer e a alegria de estarmos vivos, ainda que cercados de algumas transitórias e inevitáveis frustrações e dúvidas.

JAZZ





A alma é menina o bastante para sussurrar cantigas de amor nos ouvidos de surdos.


Não há um segundo à gastar com o perdão. Palavra “bonitinha , mas ordinária”, que nasce da culpa, a ilusão maior da ignorância.

E se tudo é questão de pontos de vista.....como vivenciar a mesma noite, se para você a lua talvez seja só um astro e eu nela veja o dragão, o conto de fadas , o desenho do ÔM ( símbolo universal do yôga, corpo sonoro do absoluto) , além dos sorrisos que ela me ri, quando boba, eu chovo pelos olhos mesmo sabendo que nunca estarei seca????

O que sabemos afinal? O que se observa, até agora, é que nós humanos temos formas engraçadas e surpreendentes de intercecção, que para alguns só se consuma em vendados intercursos carnais e para outros explodem no olhar, sendo que até chegarem no baixo ventre já percorreram mil vezes o infinito.


Só sei que hoje eu quero ficar ouvindo jazz embaixo da coberta e me embriagar do amor que você canta em meus ouvidos colibris. E amanhecer perfumada deste cheiro de cavalos selvagens, misturado a um aroma de maças com canela, que exala dos nossos desejos.

Você tem medo de fantasma??




Superar limites é um dos sabores mais agridoces da vida. Por um lado, o azedume do medo, o peso do bem possível “não consegui” e de outro o melado da descoberta: eu posso, mesmo com medo. No meio termo está a tentativa, que por si mesma é nobre o bastante para redimir tudo aquilo que não pudermos mesmo realizar. Tentativa é auto-entrega.

Pode parecer amarga a frase de Federico Felline que diz “só existimos naquilo que fazemos”.....mas é acalentadora se pensarmos em fazer não apenas como um verbo exterior e sim um tempo interno, aonde nos remexemos o tempo todo em busca das melhores posições, dos melhores ajustes.

O medo, por exemplo, é um dos mensageiros da morte. Ele, muitas vezes impede o vivenciar. Se acreditarmos naquilo que ele sopra levianamente em nossos ouvidos infantes seremos prisioneiros do pior cativeiro: o imaginário.

Falar é fácil. Falar de medo não é sentir medo. Sim, eu garanto que sei disso. Assim como de todos os outros paradoxos adjacentes. Eu, por exemplo, já pulei de precipícios – ops..emocionais – principalmente...risos , aonde nenhum medroso ousaria pensar, mas tive crises de pânico dentro de um simples e seguro elevador, talvez porque minha mente prefira o tombo à prisão.

É. A vida interior nem sempre é lógica. Tem gente cuja pele é apenas invólucro protetor e esses, estatisticamente, acabam se machucando mais do que os que fazem dos poros, janelas para experenciar.

Para quem é levada da breca, como dizia minha avó, mais medos haverão, suponho. Talvez por isso, meus sustos não caibam escondidos debaixo da saia. Eles rodopiam minhas certezas, em praça pública e certas vezes ralam meus joelhos nos tombos infantis. Queria que todos os meus medos explodissem de repente no ar, como bolinhas de sabão, de forma bonita e suave. E nesse querer vou me soprando para frente...avante , avante...até um dia...

Às vezes fecho os olhos e imagino a vida como uma menina sapeca, uma amiga risonha, vestida com todas as cores do arco-íris, carregando margaridas nas mãos e convidando a gente para brincar. Pode ser perigoso, mas é sempre irresistível ir em frente!

E porque trabalhar com arte é um ato de coragem e de amor e porque só os que sentem medo e continuam são capazes de levar "o sol na boca", é com alegria que convido quem estiver no Rio de Janeiro todas as quintas -feiras de junho e julho a se deliciarem com as travessuras dos artistas Claufe Rodrigues, Mano Melo e Monica Montone, no Canequinho em shows inéditos de poesia, música e teatro. Confira!!!

ANDARILHOS EM CAMBALHOTA


foto Luis Miguel Mateus



Você não é meu destino. Minha viagem é pessoal. E essa solidão não dispensa sua companhia. Ao contrario. É este encontro que pare nossa brincadeira. E clamemos junto de Adélia Prado: “oh Deus livra-me de ser grande”. “Gente grande” quase sempre não lembra da emoção de brincar junto, sem compromisso, “sem desespero, sem tédio e sem fim....”

“Gente grande” às vezes fala muito. Perde tempo. Cansa. Eu mesma já disse tanta ....M crendo ser inerente ao meu coração tornar o amor palpável na palavra. Mas não adianta. Amor é como amarelinha, ciranda, esconde-esconde, pega-pega (humm). É um fazer. Um fazer sentido. Acontece de repente, quando dois se pressentem num sorriso uno, o do prazer compartilhado.

“A maturidade do homem significa reaver a seriedade que se tinha quando criança ao brincar” Nietzsche. Então proponho que pensemos em nossos namoros sob esta ótica brincalhona.


Nietzsche também aventou a possibilidade de que qualquer soma de indivíduos, comunidade, sociedade, de certa forma, vulgariza os seres. Fernando Pessoa via os amores vulgares , aqueles cujas sentenças - inclusive sexuais - são determinadas pela tradição, como o inferno dos homens e assim pedia alforria dos afetos, em versos diversos. Mas ......é junto do outro - aquele que escolhemos nosso bem querer - que a gente se regala. Falo de gente, que em primeiro lugar pode consigo. Gente que se toca, se afeta, se quer.

Sim, namorar, por vezes, pode até ser somente um ato vulgar, que corrompe a lucidez, mas em todas as infinitas outras formas será sempre a melhor “sombra e água fresca” das mútuas caminhadas.

Afetos são assim feito ávores. Dos cumes, você pode enxergar um mundo mais colorido, amplo e ventilado de posibilidades, ou também , por escolha intrasferível, usá-los de parapeitos ideais para laçamentos suicidas rumo às quedas, que deveriam ser processos individuais. Cada um tem suas preferências e tem também aquelas vezes em que a gente queria apenas curtir a paisagem e escorrega na neurose, mas acidentes afinal acontecem e pular de galho em galho também é um instinto ancestral, uma brincadeira inocente de criança irriquieta. Uma hora perde a graça, ou não...depende do brincante.

De qalquer forma, creio que namorados são seres à margem do bem e do mal.

Para refletir:...........

Friedrich Nietzsche ( Além do Bem e do Mal)
“Os mesmos afetos, no homem e na mulher têm ritmos diferentes: por isso homem e mulher não cessam de se desentender “

“O amor a um único ser é uma barbaridade. Pois é praticado às custas de todos os outros”

“Por fim amamos o próprio desejo e não o desejado”

“Se treinamos a consciência, ela beija enquanto nos morde”

'" Tudo é Possível. Só eu Impossível"



SAIOTE


Tem um mundo debaixo da saia rodada dela
Pé de moleque
Sabiá
Goiabada
Flor
Rio
Melado de bombocado
Avoa tudo, quando a moça se bota à dançar com a vida
A chita chacoalha
E a imensidão acontece
Por Carol Montone

Então ...faz tua saia (calção) de asa e pratica o encantamento por aí.....pratica o contentamento de estar vivo.

foto: olhares
título: Drummond

UMA AVÓ DE DAR ÁGUA NA BOCA


foto Alberto Viana


SEGUE ABAIXO A MISSA DE SÉTIMO DIA PARA MINHA ETERNA AVÓ

“chorei.... eu chorei de dor porque....Iolanda meu grande amor foi você....”

Diz a lenda que um certo Deus criou o mundo em sete dias. Ontem foi o sétimo dia da empreitada de reconstrução do mundo que eu conhecia, aquele aonde morava a minha Esperança. Por não ser deusa, estou longe de dar o trabalho por concluído. Tem sido uma experiência desafiadora arrumar a “casa” e continuar feliz, como ela sempre quer.

Minha avó Iolanda Esperança, aquela que não costumava esperar dos outros e fez acontecer sempre, teve que seguir viagem. Não pôde deixar endereço. Foi para este tempo estranho, que um dia me chegará também. Nada ficou deserto. Ao contrário, meu coração transborda daquele verde esmeralda dos olhos mais vívidos que me viram. Os da minha avó, meu seio farto de acalanto, meu encanto. Ela sempre soube que eu seria sempre uma menina grande. E ria e gostava de saber que eu era um tempo, um momento de interseção entre tudo que fui e serei. Minha avó gargalhava tão gostoso. Era um misto de inocência e safadeza indescritível.

Não havia estranhamento entre nós. Podíamos resolver pular amarelinha juntas, vez em quando, a despeito dos RGs das décadas de 30 e 70. É que minha avó era igualzinha a mim, neste sentido. Ela corria o risco de parecer ridícula. Na verdade, nem se atentava para isso, estava mais preocupada em fazer, ou pelo menos tentar, do que em explicar-se. Talvez tenha lhe faltado um pouco de discrição, mas nunca de ousadia para trasncender-se. E neste sentido tenho muito que aprender. Ela me ensinou a não julgar. Não com sermões, mas com ações. Ensinou na prática o que é fazer a minha parte e deixar acontecer.

E minha avó, apesar de ser de “outro tempo” acreditava em novas idéias. Gostava de atraí-las. Ela nunca me disse que arte não dava vestido. Ao contrário sempre decretou : “então vá Carolina, vá trabalhar e preste atenção na vida, tome cuidado e continue! “E é por isso que eu sempre voltei cheia de saudades.
Minha vó era como a letra do Adoniran .....ela não reclamava. “Não reclama. A chuva levou só sua cama. Amanhã você constrói um barraco ainda melhor”....foi assim com este tipo de canção que ela embalou meus sonhos.

Foi minha vó também quem me mostrou a diferença em fazer as coisas com prazer. Nossa!!!! Que experiência sensorial maravilhosa é amassar um pão, dar comida para o cachorro, lavar louça, beber água, enfim fazer qualquer coisa com vontade, curtindo as descobertas mais sutis. O maior prazer dela era cozinhar. Era aonde sua loucura alquimista estava institucionalizada, risos. Ela não seguia receitas. Tudo era feito com pitadas e punhados de ingedientes variáveis, nunca com gramas , colheres de sopa e afins. Era imbatível na arte de deliciar-nos. Talvez tenha sido assim também na receita de educação de meu pai e meu tio e talvez por isso eles sejam pura gostosura. Ela não era italiana. Meu avô é que era, mas ninguém dançava tarantela como aquela mulher. E vivi alguns dos momentos mais felizes de minha vida, entre uma rodada e outra desta dança, que aprendi.

Não é porque o colo daquela esperança foi o mais quente, que a vida me deu que chorei de amor. É porque companhia como a dela será difícil de encontrar. Ela era inteira. Não estava em busca de metades culpadas ou inocentes de suas próprias loucuras. Ela era louca assumida e ponto. Só quis sempre compartilhar tudo de bom que tinha, com todo mundo. E de santa não tinha nada, ainda bem. Quando errava, não rezava...fazia algo de bom. Choro agora ao lembrar que foram raras as vezes que vi minha avó chorar. Quando ela estava triste, culpada , contrariada, ou etc...ela também fazia.

É como disse o poema de Quintana...” e ao relembrar-te a gente diz parece um sonho que ela tenha vivido” aqui junto de mim..... Minha avó é alegria sincera, livre das demandas mais usuais. Ela tinha medo de morrer e não morrerá nunca porque , como disse Clarice Lispector “aonde houver uma mulher com seu príncipio ela viverá”. Desde que ela partiu, toda vez que uma melancolia tenta roubar-me a paz, tenho sentido de forma diferente a quentura do sol, o azul do céu, o barulhinhos dos passarinhos...a vida e tenho certeza de que estas sensações são abraços dela, não mais personificada, mas diluída em tudo que é vida.

A notícia de que a cabeça de minha avó explodiu em lágrimas de sangue foi triste por demais. Mas por que se ela sempre foi tão alegre?????? Por que este quando é justo agora??? Quando uma guerreira cheia de força, poder, energia, amor, alegria e coragem tem que trilhar outros rumos, tudo que ficou se esfumaça, como se faltasse o comando. Fica um pouco de medo e a vontade de honrar o trabalho feito. Permanece muito mais: a gratidão e a alegria de ter lutado junto.
Poderia encher páginas e páginas de amor pela minha avó. Paro por aqui agora. E paradoxalmente seguirei repetindo esse amor até o sempre.
“Eu te amo, amarei, amaria e seguirei amando, porque o gerúndio deste amor é o único que me cabe”....sua neta Carol Montone, sua Carolina

Só os que parem sua revolução são felizes



imagem: Aquilas

"As mães são o maior partido conservador do planeta. As mães são o DNA da tradição social".....Gaiarsa.

Fujo desta condição, sempre! Mesmo que, as vezes, ela me alcance continuarei em busca de uma outra forma.....a minha.

Obrigada meu filho Cauã, por me parir sua mãe a cada novo tempo de nós dois. Obrigada mamãe, por parir a minha vontade de vir e também pela companhia amorosa e muitas vezes coruja, na caminhada dos nosso aprendizado coletivo.

Obrigada ao afetuoso e dadivoso escritor e poeta Rubens Jardim, por me lembrar o quanto sempre gostei de Gaiarsa, a quem fui apresentada por uma das primeiras mulheres questionadoras( na época rebelde , mesmo) que admirei, minha prima e cientista social Milta Dias. Falo do José Angelo Gaiarsa, escritor , psicoterapeuta e psiquiatra, professor, enfim a este homem revolucionário, de imenso valor, que, por exemplo, introduziu o corpo nos tratamentos psicoterápicos em uma série de experimentações de cura. Gaiarsa e Roberto Freire estão entre os homens, que me apaixonaram na vida. Quanto ao Rubens, te convido, caso ainda não conheça, a visitar seu site (www.rubensjardim.com) e sentir o perfume da sua força.

meus beijos à todos, porque todos são "parideiras" e "parideiros" de seus sonhos, atitudes e ideais...todos que geram vida. Que saibamos cultivar nosso pai/filho e espírito santo , também chamado tempo, com o mesmo encanto que as mães costumam semear sorrisos em boquinhas banguelas

ENQUANTO

"Só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?????!!!!
Não esquecer que, POR ENQUANTO, é tempo de morangos.
sim!!! (Clarice Lispector...aprendendo a viver)
É tempo de morangos.É tempo de viver!!!!!!

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Gente olha que homenagem mais perfeita de lindeza, que o Luiz do blog Imperfeito fez para mim. Obrigada!!!!

Para a Carol do Sob o Céu de Carol , pela beleza que transmite em seus deliciosos textos, pela sábia forma de ver o mundo, por estar proxima do pensamento yogue.

Pensamento: "Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende." - Leonardo da Vinci

UM VIVA PARA KARIN!!!!!!!!!!



A menina moça Karin...cheia de graça......


Hoje minha família comemora o nascimento da minha irmãzinha do meio. O recheio da casa. Nosso chocolate. Sim, a parte que faltaria se não houvese, porque eu e Moniquinha ( a Mônica Montone) somos branquelas, mas ela veio com cor de canela. Essa mocinha, de 31 anos a partir de hoje, é porreta. É taurina das bravas e quando mete algo na cabeça, nem o diabo contesta. Ela ama, sem melar. Nunca teve medo de mudanças. Sempre tentou pegar a vida pelo laço e quando escorrega tenta outra vez. Ela cumpre suas metas, mesmo se , de certa forma paradoxal, souber que vai se arrepender depois. Na maioria das vezes, ela é filha da razão, mas tiveram muitas outras em que o coração entornou o caldo. Ela dança como ninguém. Tem aquele molejo sabe? Talvez porque esta seja uma de suas mais caras paixões e o que a gente faz por gosto quase sempre dá certo, d eum jeito ou de outro.
De seu jeito, com as suas demandas,nem sempre sãs, porque afinal quase nenhuma é, karin é uma filha exemplar, talvez a mais "gente grande da família". Karin Regina Montone é artista plástica autodidata, tem um trabalho incrível, delicado, dedicado. Você pode conferir no blog www.varaldasartes.blogspot.com ou no www.mexirica.blogspot.com.
Generosa de nascença , ela não sabe muito bem colocar preços nas obras que comercializa, então fique atento às liquidações...(risos). Ela manda sua encomenda via correio, para todo Brasil. Karin é tão meiga, as vezes, que não teria coragem de tomar para si as palavras da atriz Cacilda Becker ...”não me peça para dar a única coisa que eu tenho para vender”....
Ela é chorona de irritar. Até fala chorando as vezes mas não por ser fraca. Trata-se apenas do timbre dela no universo...assim um chorinho...
Enfim, a karin as vezes é uma mulher de antigamente. Não no sentido da submissão, mas em outros, a exemplo da vocação para cozinhar. Ela me ensinou a fazer um pudim de leite divino, dia desses. A sinhazinha também é meio envergonhada. Ela é tímida como uva doce , que guarda o melhor escondido e obriga a gente a espremê-la, para se deliciar. A karin é
demais!
Obrigada por existir em minha vida e me ensinar tantas coisas com suas palavras e ações, amiga. Você é guerreira. É uma mulher que sabe, por exemplo despedir-se, desapegar-se. de certa forma entende a transitoriedade de tudo, inclusive dos amores.
Parabéns querida irmã! Te amo viu? Sei que uma amizade mais íntima, se faz de reciprocidade e nós nem sempre estamos próximas para tanto, mas para o coração não há distância e eu te admiro muito. Você é imprescindível em nosso trio parada dura...as três Marias lembra???? Eu , você e Môniquinha. As vezes as saudades dos cheiros da infância matam a gente de uma sede , que água nenhuma - de agora - há de saciar....deu uma falta dos nossos aniversários de criança, dos presentes em cima das caminhas arrumadas com colchas de cachorrinho.....
A karin também é mãe do João Pedro há três anos. Ele é o segundo anjo que veio dos céus para iluminar minha condição humana aqui, por estar bandas...o primeiro é meu filhote. Essa dupla é meu refúgio , quando o peito aperta demais.
Eu a a Karin somos bem diferentes em algumas coisas e semelhantes em tantas outras...afinal somos irmãs e o que nos une, além do amor, é a concordância de que “Para cada homem há uma verdade diferente”..mestre DeRose (educador e codificador do SwáSthya Yôga)
Falando de amigos e nostalgia, aproveito para indicar o livro Aos meus amigos, que terminei de ler e inspirou a minissérie Queridos Amigos da Globo, da Maria Adelaide Amaral (Editora Globo). É bem bonito, como minha irmã do meio. Um beijo neguinha branca, da sua irmã.

PASSAGEIROS


foto de Karina Bertocine



Eram dois meninos. Não pela idade, mas pela delicadeza . Tinham também aquela curiosidade, que só a molecagem sabe carregar a contento no olhar. Havia um misto de orgulho, felicidade e medo naquelas carinhas, que nunca tinham avistado o mundo, de cima das tantas e rasteiras diferenças sociais. A fé, que costuma ser o colo de quem vive à deriva de uma série de regalias, estava ali também em patuás, na reza das mães, que aguardavam seus filhos sãos e salvos, descrita entre sorrisos cheios de gratidão orgulhosa pelo mais falante da dupla.
Mesmo absortos no tempo das descobertas - de como funcionava a mesinha, ou a forma correta de pedir ajuda da comissária e receosos de perderem algum passo das instruções de segurança – aqueles moços eram pura elegância, ainda não lapidada, porém latente em cada gesto, inclusive na percepção de outro ser humano, que divide o mesmo caminho. Um deles acertou com dificuldade a luz para que eu saboreasse, de forma mais confortável, o maravilhoso livro “Quando é Preciso ser Forte “, EDITORA NOBEL do mestre DeRose . , um ser que será apra sempre menino e que dedicou a vida à ensinar outros meninos a serem fortes e cultivarem a vida com um propósito maior de evolução, através do SwáSthya Yôga.
Dá para acreditar que o outro se ofereceu para carregar a minha bolsa? É que eu tenho esse costume de deixar a bolsa perto. Não que tenha dinheiro ou congêneres, é só porque, de repente, possa precisar de minhas coisinhas, mas enfim, como eles eram gentis no conceito mais puro da palavra. Eles não queriam se gabar dos livros que leram, ou versar sobre as reticências do autor fulano de tal, muito menos desejavam indicar qual a melhor combinação de tinto, para uma simples massa com molho de tomate e tampouco me dariam trela, se fosse eu a autoflante,/autoreferente do papo. Muito provavelmente eles nem sabiam pronunciar a palavra Cabernet Sauvignon. Nosso encontro era só uma brincadeira, sem compromissos egocêntricos, como deviam se todos ....era conversar sobre o nada ou ficar quieto entendendo tudo.

Eles não tinham receio algum de se colocar como aprendizes. Meninos, atletas de corrida, em viagem de um dia para competir( a primeira da vida, num avião) . Também lembravam felizes, que no outro dia, as cinco da manhã, pegariam no batente. Era meia noite, naquelas alturas. Essa aceitação da vida os fazia tão altivos. Eles eram o que eram, com a educação e refinamento ao qual tiveram acesso. Não eram passivos, queriam sover da existência tudo o que toda gente quer (“Gente é para brilhar não para morrer de fome...”Caetano Veloso). Tanto que precisaram ser muito fortes para vencer o pânico de morrer num avião e conhecer Florianópolis, além de conquistarem o sexto lugar na prova de corrida. Eles eram um retrato bonito e esperançoso do nosso Brasil mulato, trabalhador, cheio de pessoas em busca de oportunidade para experenciar a vida, a alegria, o amor, a chance de um vir a ser, assim como eu e você, mas a diferença é que talvez eles fossem mais fortes, por serem mais simples. Por serem frutos da dificuldade. “A vida sempre é simples. A gente é que complica “Antônio Montone , meu amado avô, que agora está em outro plano com seus ditos que ecoam em cada canto de mim todo o tempo.

Alegria sincera



meu pequeno príncipe..alegria para toda a vida

Alegria sincera é algo impossível de explicar, pois não é um fenômeno propriamente racional. É uma experiência de conexão com a essência. Não se trata de conseqüência de um fato feliz. Não depende de circunstâncias. É apenas a sensação da vida. A satisfação do pulsar de todas as possibilidades. Também não é gratidão, mas sim entrega. Entregar-se à si próprio. Trata-se de um fenômeno muito raro, entre outras coisas porque depende da ausência de expectativa, que aqui poder-se-ia traduzir também como resultado. É também um processo individual, mas nem por isso solitário. Sim, porque a inspiração para esse mergulho na alma pode vir do cheiro de uma flor, do olhar de um ser amado, de algo belo que deixamos para o mundo exercendo, por exemplo nossas vocações, enfim essas belezas que nos cercam podem ser "links" facilitadores, mas a alegria sincera é pessoal e intransferível. Ninguém pode gargalhar os teus sorrisos mais caros. Esse presente é reservado somente à ti próprio
Desapego faz parte da busca de integração corpo, emoções e mente para chegar até a alma, mas ainda não é alegria sincera. Somos carrascos da nossa mente e coração. Não fomos educados para torná-los auto-suficientes, para entender que podemos estar no comando das emoções e dos pensamentos, ao contrário fomos estimulados a crer em fatalidades. Todos nós em alguns raros momentos experimentamos a “alegria sincera” e geralmente essa sensação é tão marcante que vale como motivação, até mesmo inconsciente, para lutar por uma vida plena.
Talvez uma das chaves para nos encontrarmos, com mais freqüência, com momentos assim seja nos tornamos e principalmente sentirmos merecedores. E há certas coisas que não se mendigam, mas se conquistam...como já dizia Che (“liberdade não se mendiga, se conquista...Che Guevara”).É preciso fazer o que tem que ser feito sempre, de preferência sem chorumelas, porque as vezes a gente sofre mesmo e isso vai continuar. E como essa simplicidade nos agride. “A vida só é difícil para quem se coloca no papel de vítima. Tudo é experiência”...mestre DeRose...Tenho me repetido esta frase como um mantra metabolizar os percalços da minha caminhada..aquelas pedras no caminhos, das quais Drummond falava lembra?

Em primeiro lugar penso que é preciso querer a alegria, sem pudores. Abandonar esse resquício de culto à incapaciadade, a soberania da dor , como instrumento para se chegar aos céus e obter a absolvição dos pecados. O céu é aqui e agora. Dobremos nossos joelhos à beleza altiva de uma flor, que exposta à todas as adersidades do tempo, não chora e vive seus ciclos vida-morte-vida naturalmente. Talvez essa nossa tendência à pensar e sentir o que não valhe a pena venha de algum resquício de equívocos judaico-cristãos, que não passaram de parte de jogos de poder, aonde há dominadores e dominados, como sempre....Nenhum destes dois postos é de paz .
Viver de peito aberto, simplesmente viver cada dia do jeito que vier, com a responsabilidade dos erros e dos acertos, é tarefa para santo, num mundo do capeta como o nosso, como diria minha avó (risos). Nós somos o milagre e expandir a consciência no sentido deste entendimento torna-se cada vez mais urgente.

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E

quando a anarquia poética me tira para dançar eu aceito apressada, porque a liberdade de apenas brincar com as palavras numa coerência tortuosa e por vezes inexistente é deliciosa...... é alegria sincera. Ser mãe do Cauã , um anjo, minha inspiração é outra. A maior de todas as fontes de conexão com a alegria, com o sagrado. Já foi dito que só as mães são felizes. É um pouco radical, mas também não é mentira...

Mas mudando de assunto:

Morenice

Vem meu moreno!
Não te demores à regar meu ventre até brotar nosso sorriso etéreo
Aconchega teu dedo em meu umbigo, só para tatear minha dureza com tua irreverência
Põe teus olhos famintos acima do meu susto
Me entorna
Oferece à minha branquelice teus lugares lilásis
Vamos transcender até fastiar
E que teu gosto de jaboticaba madura perdure no céu das nossas bocas, se a palidez sombrear o tempo e virarmos um passado preto e branco.

Por Carol Montone

Hoje me cantaram a frase:
“O amor é feito o sol...sabe renascer sempre!”.....

imagem Helder Mendes


MULHERIO


Borro minhas unhas de ameixa vez por outra
Nesse ritual cigano, sangro noites suspensas
Teus beijos me adornaram ontem
Hoje, quero um auto-retrato
Nem mais
Ou menos
Daquilo que me reúne

A mesma menina pelada
Coberta de vagas circunstâncias
Flor do mato
Bicho
Infante
Gente que tateia o cio
E
Todo vasto desamparo de fêmeas
De antes
Durante
E
Depois....

por Carol Montone

Depois de um breve mergulho da alma no mar do Leblon (RJ, a certeza de que eu e essas águas sagradas temos uma "coisa de pele", um gozo garantido, que salga , sara, se antecipa e permanece....mesmo quando é platônico nosso encontro.....ainda tenho medo das ondas fortes....é na calmaria que me debruço até cansar da brincadeira, feito crinaça contente...mas "o medo cega"...como resmuiu uma matéria do filme "Ensaio sobre a Cegueira", de Fernando Meireles a ser lançado ainda este ano...e eu quero me aventurar nos mares bravos também...com a experiência de quem já levou muito tombo em terras secas......

BLOG CLAUFE E MANO

Já é: se você mora no Rio de Janiro ou redondezas, ou estiver por aquelas bandas em maio preste atenção na programação cultural. Recomendo o espetáculo de amigos muito especiais, que vai misturar música, teatro, poesia e muita irreverência, a começar pela escolha do nome da montagem, que é você quem dá. Entre no blog www.claufeemano.blogspot.com.br e confira as peripécias de Claufe Rodrigues, Mano Melo e Mônica Montone


Maresia:

"Porque dentro de mim não estou sozinho. Sou muitos. E estes todos disputam minha única vida..."...Mia Couto....trecho do livro Vozes Anoitecidas....Esse moçambicano perturba.....'A verdade é filha mulata de uma pergunta mentirosa"....também dele..


"meninas......a cada parto uma porta, a cada porta uma parte que se solta"....Viviane Mosé ...trecho de Toda Palavra...uma espécie de filosofia adocicada..sutilizada por brincadeiras de pega e esconde......bom tb

beijos e saudades

Quase amor


foto Jose Santiago




Quase. Eis o vazio, em sinônimo palpável. Tempo aonde nada vive. Não à toa, quase querer, quase gozar ou quase entender são verbos confusos.
É por isso que me esparramo na tua boca feito o macarrão, que sacia sem matar a vontade. Acomodo-me gostosamente em teus cantos e deixo que tua saliva embriague meu medo de quase morrer de amar.

SENTIDOS



SOB O CÉU

Hoje varri meu quintal. Cantarolei para o dia. Estendi meus sutiãs ao sol. Veio a chuva, nunca antes tão necessária. Molhou a dor e transformou tudo em outra coisa. Agora hei de secar ao léu, me largar no tempo sem remorsos. Espero, contudo, encontrar quentura na brisa que me acolherá, feito há em tua boca, quando abriga meus pequeninos seios delicadamente......

SHOW

“A vida não é certa nem errada, só aguarda nossas decisões”

“meu coração é grande demais e pode guardar o mundo...”

“Não me salvo, porque eu não me acho”

“A gente não consegue ficar indiferente, debaixo deste céu”

“Eu só quero amar você, no fim e sempre”

“meus verbos sujeitos para você me conjugar”

..............................................frases soltas nas emocionantes canções de Zélia Duncan

Toda vez em que eu tenho o privilégio de cantar as canções que sacodem minha alma, junto dos seus autores, vivo uma experiêncial trasncedental. São momentos em que o mundo pára e tudo que a gente guarda dentro da pele acontece.
Nenhuma das letras de Duncan, no entanto, a traduz mais que seu belo sorriso. Seja na mais triste ou na mais safada melodia, ele está ali, como protagonista de um espetáculo de luz e energia boa.

****************DOIS PÓLOS

Parece que ganhei tanta energia no show de Zélia (SESC-Campinas...a preços populares...)que tinha de perder algo de valia inestimável.....ou devolver ao universo. Quem saberá??
Não era apego que eu tinha por minhas medalhas do SwáSthya Yôga, era AMOR. Não à toa, as carregava no peito.
De repente, faltou o tilintar da prata para embalar a alegria do gozo e agora não consigo dormir .....
Espero que pelo menos minhas relíquias caiam em mãos atentas, para intuir o presente que ganharam.... apesar de saber, que nós humanos estamos quase sempre distraídos para o sagrado.

SINTAM RAROS QUERIDOS!!!!!!!!!!!!




Foto Nuno Estrela


ARREPIO ADOLESCENTE.......

Tá doendo!
Coçando aí
Ardendo aqui

Incomoda pai e filho
Do espírito e do santo
Põe mãe a rezar o credo por sua ave

Pára o relógio
Nasce com o pêlo
É lenda, senda, birrenta

Dá medo!


E do seu balaio, os encantos revelar-se-ão no futuro do pretérito...
Só na hora em que for saudade
Cheiro distante da amora madura.....de outra idade

Por Carol Montone

Andei pensando nos primeiros 30 e poucos anos. Eles são uma espécie de adolescência adulta. Uma resistência à maturidade. É medo. É preguiça. É o entendimento prático da palavra responsabilidade. É um tempo de mudanças também, aonde não somos ainda - ou não tanto quanto gostaríamos - bem resolvidos com a profissão, relacionamentos, família e na maioria das vezes, já sentimos as primeiras mudanças físicas rumo à decadência. A passagem do tempo se impõe mais evidente sobre nossos sonhos. Ansiedades do “viver” alimentam o fantasma corrosivo do vazio existencial. Perguntinhas básicas interrompem os compromissos cotidianos cada vez mais opressores: o que eu sou? De onde eu vim e por que irei?? afinal para onde???Basta atentar para os olhares perdidos em qualquer roda de trintões conversando, ligados pela herança geracional de um tempo, que não foi nem político, nem fútil, mas digamos de uma entressafra, aonde a democracia nascia bem antes de nosso primeiro gozo.

Pois bem. Acontece que minha adolescência balzaquiana- e toda essa falta de conforto, de um alento, que parece não estar mais em nenhum lugar - coincide agora com a adolescência biológica do meu pequeno e sofredor filhote. Ele descobre sua sexualidade, sua identidade e eu minha fragilidade diante do “mundo adulto”. Tem sido punk, como se dizia antigamente, mas também nos divertido. Tenho que seduzir minha paciência de mil formas, diariamente, para que ela aceite dançar esse tango comigo. Dama caprichosa, a calma tem seu tempo. E adolescente não sabe esperar, é sabido que o mundo para a “ esta gente” vai acabar amanhã. Ai o jeito é colocar uma música bem triste (tipo EMO –emocional demais, como eles dizem agora) e viver os lutos adolescentes com toda pompa e circunstância, pois eles talvez sejam como estações do ano: naturais. Assim deve ser para nos ensinar que água parada apodrece e tudo é cíclico, como o infinito de possibilidades, que todo dia se abre quando as pálpebras levantam para começar o dia....
Os ventos de dor e prazer parecem uma mistura indigesta, nestas fases, ainda assim. Em qualquer tipo de adolescência, as mesmas mudanças que individualizam, quebram as partes de um todo, que ainda nem era uno. Falta o contorno, como dizem os psicanalistas. O tempo é fator imprescindível para resolver essa equação....só ele adiciona os elementos certos para um resultado feliz, apesar de isto ser um insuportável clichê, tal qual a adolescência....
****música adolescente....Reação em Cadeia...bacana...bem rudimentar como são algumas de nossas emoções.......eu curto.......

VESTÍGIOS DA INGENUIDADE


foto de Luis Ferreira





A apatia tem ameaçado meus dias. Pense no tanto faz ao invés do ideal tudo bem. Sempre tive medo do morno. Prefiro a fogueira. Posto isto, disfarço bem. Não estou totalmente convicta de algumas tristes impressões. Talvez porque o óbvio ainda me entristeça. Em busca de alguma redenção corro ao teatro, vou ao encontro de um espetáculo do FEVERESTIVAL, num local, que por ironia tem o sugestivo nome “Espaço Semente”. Penso no que já floresceu em mim e naquilo que há afinal para brotar. No gargarejo, recebo na cara e sem aviso a sentença: “Toda vida tem amor, saudade e guerra”.
A linda frase faz parte da dramaturgia do espetáculo “Donzela Guerreira”, da Cia Mundurodá. E lá vinha mais: “derrubo meus olhos no chão sem medo no coração, porque sei que, as vezes, a noite cai de luto, mas o dia amanhece quando eu peço”.
Os atores e bailarinos Juliana Pardo e Alicio Amaral encantam pela simplicidade majestosa de cada ação cênica. Foi dentro do Festival Internacional de Teatro de Campinas.
A história, permeada pelo infindo universo das tradições populares brasileiras, é uma homenagem às mulheres guerreiras, ilustres ou anônimas representadas por uma jovem, que se disfarça de homem na tentativa de vingar a morte do pai e combater na guerra. As noites de moça Bonita (lua cheia), no rude cenário sertanejo, viram palco da paixão do "soldado" pelo capitão e vice-versa, num enredo de querência e estranhamento. Cuidadosamente, os dois representam toda a sutileza dos amores, que transcendem ao sexo,por um motivo ou por outros - a revelia, inclusive, de irrefreáveis desejos. Corpo e alma dos atores e da platéia viram uma mesma amálgama, no balé da busca de entendimento da vida. No fim, os seios da mulher amada só se revelam ao capitão quando frios, ceifados pela morte. Mas a tristeza não encerra a história "inventada", como julgam os viventes do causo. Os atores terminam a montagem recapitulando a vida, sapateando sobre as his e estórias, numa bela metáfora da eternidade. Se este espetáculo passar perto de você, não perca.

GLOSSÁRIO SERTANEJO:

Moça bonita – lua cheia

Campo maior – céu

Boca miúda – estrela

Homi carrancudo - Sol


Em tempo: Em Campinas artistas que se empenham em comunicar a arte ao invés de inventar artifícios para fulgazes aparições se unem em prol de um teatro redentor, sem puritanismos, nem putaria. Todos os anos dezenas de jovens operários das artes cênicas pegam seus diplomas da aclamada Unicamp. E muitos usam tal status para fazer a diferença e atuar em prol da cidadania e da cultura. Tem aqueles que chegam de outra direção também, com vivências não menos importantes para engrossar este "caldo cultural ". Entre os grupos mais expressivos da cidade figuram o Lume Teatro e O Barracão. Meus parabéns à todas as donzelas e moçoilos guerreiros desta senda ...... E VIVA O TEATRO...SEMPRE!!!!!!

HOJE TEM MARMELADA


Um palhaço argentino, irreverente, diferente, com piercing nos mamilos, drads nos cabelos e aquela mesma verdade nua, que faz desses artistas uma espécie de mártires da alegria....Chacovachi é o nome deste estrangeiro hermano, que com suas graças adultas e também, por vezes, adulteradas, faz rir e chorar...... "todos nós somos palhaços , mas a diferença entre uns e outros e que alguns ganham a vida com riso..."diz ele.....e complementa..."mesmo quando parece se ter nascido para tomar em la cara(tapa) a vida toda...e portanto tomar no C... é sempre uma verdade anunciada...podemos fazer isso com alegria......porque alivia..."....

Quem acha que Chacovachi tem razão quando diz:

"Todo menino e toda menina de qualquer idade tem alma de palhaço e pronto. Isto é certeza porque qualquer alma é graciosa, controversa e livre..."......................

pois quem acha que faz sentido ..."põe o dedo aqui que já vai fechar"....feito a brincadeira da infância...
E se desconfia ....lá vai...
Segundo o dicionário Aurélio:
Graciosa: que tem ou demonstra graça. Em que há graça. Gentil. QUE SE DEU OU SE FEZ DE GRAÇA

Controverso: Posto em DÚVIDA

Livre: Que tem liberdade de agir segundo seus próprios desígnios. Que não está prisioneiro. ABSOLVIDO. ESPONTÂNEO. INDEPENDENTE

Paixão à flor da pele



Há lugares probidos na gente
E invasores imprescindíveis......
fugir ou ficar são apenas detalhes das personalidades
É assim feito preferir Nina Simone a Zé Renato
Tanto faz
Só acontece

NÓS OUTROS...........................


Foto Raul Alexandre




É que meu cheiro altivo de fêmea se confunde com a feminilidade de uma boca pequena e dos punhos quase infantis, de aparente fragilidade. Isto é....para aqueles que ainda não souberam que “o essencial é invisível aos olhos”.....
De qualquer jeito, não sou o pintinho que se posta a sua frente de bico entreaberto à espera de “comida”, para sobrevivência emocional de uma pseudo-sanidade. Sou apenas o feminino da tua mesma espécie dadivosa e duvidosa. Sou também águia. Minhas asas querem ganhar o mundo, tanto quanto as tuas. Assim como viro o pinto e dos mais folgados e dependentes, nos quandos que preferia fossem nuncas, mas que vez por outra me acontecem, assim feito o cansaço. Mas de ti sempre quero a companhia para brincar no vento e sobrevoar o que a vida tem de geométrica e hostil, bem lá de cima, na nossa dimensão - fora das rotas mais comuns de colisão entre homens e mulheres- numa brincadeira infinda de pernas ou asas......

Ainda bem que me soubeste assim tua semelhante, antes de cogitar apenas me aprisionar num eu te amo padrão. Sempre me disseste que foi o meu cheiro que te guiou. E talvez pelo faro de Deus, que és, nunca precisou me negar nem a comida, nem a aventura dos vôos. Essencialmente por isso, ao seu lado deixo de ser pinto ou águia e misturada em ti sou ainda mais liberta e sagrada.

Enquanto “tudo isso”...

......Hoje ventava muito lá fora. Estava gostoso notar a chuva ao longe, enquanto molhados de suor e saliva permanecíamos felizes. A janela continuou aberta o tempo todo, como sempre, para nos banhar de movimento , de vento.......


O QUE O VENTO NÃO LEVOU
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
Que o vento não conseguiu levar
Um estribilho antigo
Um carrinho no movimento preciso
Um folhear de um livro de poemas
O cheiro que tinha um dia
O próprio vento
Mário Quintana

* Este post é para você Val, meu lindo, por uma coisa...e para você Isa querida...por outra.....

Haja Paciência!!!!!!!!!!!!!!


Foto Marta Ferreira


"A inteligência é boa. A paciência é mais...."Hermann Hesse (Sidarta/ editora Record)

Vai Passar




Nunca entendi o Carnaval...
Sou a batucada intermitente..
Só pode ser por isso. Confete, serpentina e também a quarta-feira de cinzas me acontecem naturalmente, nos dias úteis e inúteis...idem...
Alegria é uma das conjugações mais lindas da alma e a minha é sapeca de natureza - então por favor....me interpretem bem....nada contra o samba no pé - mas o que vejo nos "dias de folia" é histeria , desespero e tristeza disfarçada de liberdade, dos que sufocam os gritos, o prazer, o cansaço, enfim a vida, nos "outros" 361 dias do ano....dos que julgam não ter para aonde correr e por isso pulam no "lugar de sempre" ....sinto um cheiro ruim de pipoca no óleo queimado sabe?? Não é certamente o perfume da alegria que paira agora nas ruas do bairro carioca que me acolhe. O que vejo é embriaguez por todos os lados...e mesmo que a gente não beba " a boa", a ressaca parece inevitável...

O que vejo é sexo de plástico, gente de cera e brincadeira de araque, com salvas exceções. Talvez por isso, ontem o som da bateria, que tanto me excita os sentidos, estivesse irritante e plagiando os carnavais da vovó, eu comi bolo de chocolate, costurei vestido de chita e acordei ouvindo Balão Mágico, que tocava na casa da vizinha de cima de minha irmã.
É ...é difícil marter-se lúcido e acordado....em meio a onda do "Creu"
mas certamente possível....
Pelo menos, em alguns cantos do Rio de Janeiro, os blocos de marchinchas remetem para a poesia dos tempos de colombina.... e a ginga de alguns tiozinhos mais vividos...emociona....afinal...
" Quem não gosta de samba...bom sujeito não é...ou é ruim da cabeça ...ou é doente do pé..."

É por isso que os CDs dos melhores sambas do Chico e outros bambas não saem do lado da minha vitrola a espera dos dias de alegria e o samba come...como dizia um amigo....as vezes o baile é só meu..noutras há convidados..mas sempre é um carnaval....
Noutras vezes quero celebrar mansamente...com voz e violão...e é tão bom também...agora mesmo eu adoraria uma viola suave, um leite morno e tua boca quente fazendo folia em mim....mas hoje o dia tá um porre porque estou uma chaaata desde cedinho...então.....vou tomar um banho gelado
essa música é para você pai querido.....

beijos

Desistir???.....só do que não valer um sorriso.....






Eu não quero desistir nunca de ao menos “tentar” ser a pessoa mais real e parecida comigo, que puder, com a capacidade, inclusive de arcar sozinha com o ônus e o bônus desta perigosa tendência. Foi assim que meu pai me ensinou.
A gente só desiste do que não tem importância. E às vezes a insignificância demora um tempo à se revelar....o tempo da ilusão, talvez....No meu caso, as utopias são sempre edificantes, talvez infantis -admito - mas corro menos o risco da amargura pela “perda de tempo”, porque cada vez que abro os olhos para algo, alguém, alguma coisa é somente porque meu coração já tinha sentido tudo, bem antes, e ele é confiável. Como diz Pessoa ”quando te vi apenas reencontrei o que muito antes amava”...

........e.......

Ademais, você já viu criança perder tempo??Pois meu olhos são jaboticabas meninas e espreitam a falta de delicadeza alheia, daqueles que geralmente nem tentam, sem dramas irreversíveis, mas antes com a mesma reação da menininha, que de longe vê alguém matar um passarinho com estilingue, só porque nunca experimentou outra diversão melhor. A menina , se for do tipo menininha mesmo, até dá uma choradinha, mas depois.....primeiro tenta salvar o passarinho, depois vai atrás das “mãos bobas” para botar o dedinho em riste e ensinar que certas brincadeiras não têm a mínima graça e pensando um pouco, depois talvez role um esconde , esconde para selar uma nova amizade, após o enterro da pobre ave descuidada.....mas, desistir de brincar e acreditar que o mundo é cor–de- rosa, com tons de lilás por todos os cantos.....ah isso ela com certeza não vai........

E por falar em delicadeza, aproveito para homenagear de novo minha irmã , que fez um texto brilhante sobre diferenças de retinas.......depois de lê-la pensei que há os que enxergam só o próprio nariz e os que sabem que os narizes, assim como as bocas, dores e alegrias são irmãs, como dizia meu doce avô.

”macacos aprenderam a dançar, mas ainda não escrevem poemas”..... e.....”é natural pensar que haverá sempre e naturalmente delicadeza na pele que nos péla...” essas são algumas considerações desta maestra das letras, que trata de qualquer palavra, com gentileza ímpar....aliás como deve ser sempre, com tudo que é vivo...Mônica Montone...a fina flor

PERTO DEMAIS.....

A VIDA É BELA




Legenda; Eu e a mestra.....aonde brotam sorrisos sinceros - estado de Ananda -....há terreno fértil para semear tudo de bom..... sempre

A Cia de SwáSthya Yôga é umas das mais lindas e autênticas manifestações deste yôga antigo, pré-clássico, naturalista, de mais de cinco mil anos. A companhia mostra que o corpo pode ser a expressão mais genuína da alma...reúne esculturas vivas de força, poder e energia.....E a professora e coreógrafa Laurita Ferro é quem comanda com a graciosidade e grandiosidade de uma criança este trabalho de tanto mérito....

“Yôga é uma prece feita com o corpo”, mestre DeRose (codificador do SwáSthya Yôga)

Já contei que em sânscrito Bhava quer dizer também amor, sentimento, devoção e pessoas como a Laurita são, através de suas missões aqui na terra, a própria materialização em carne e osso desta expressão. Temos que encontrar cada qual a sua maneira o veículo para realizar o amor e assim ser agente de um mundo mais bonito.

Tive a sorte de aprender um pouquinho com ela no último sábado na unidade Flamboyant (Campinas) da Uni-Yôga. Entre outras coisas lembrei que o movimento é natural à todos os seres humanos, basta entregar-se a si próprio para descobrir o ritmo que melhor nos representa individualmente....

Se você quiser assistir a um espetáculo de beleza e sensorialidade acesse as apresentações da companhia no site da Universidade de Yôga (clique aqui).....

É....e lembre que água parada apodrece e não demora à cheirar mal.....

Laurita...obrigada por tudo!!!!! Seu trabalho é fonte de inspiração constante, que você tenha forças para realizar ainda muito mais na senda de nossa egrégora......


Pessoas queridas , o final de semana foi agitado no mundo interior...três posts novos.....recorde total, depois de tanto tempo ser escrever...espero que tenham paciência comigo...Carol, A estranha.....

"Enquanto todo mundo espera a cura do mal e a loucura finge ser normal...eu finjo ter paciência...a gente espera do mundo e o mundo espera de nós...um pouco mais de paciência"...Lenine

FRÁGIL





“O nome do que sinto não tem nome, que domine o meu querer..... ....E ....o chão sumiu a cada passo que eu dei....”MOSKA


Hoje acordei encolhida e descoberta. Não era o motivo, nem as mortes que sucederam-se em mim....

Tinha as pernas cambaleantes e um convite para ir ao samba.........

Eu queria mesmo era ainda acreditar que todo homem é um tanto de Fernando Pessoa e toda mulher outra parte de Ofélia – e então estaríamos todos salvos de nossa vulgaridade inerente .....

Hoje acordei triste. Eu simplemsente não queria saber os detalhes da realidade, mas o universo sempre me conta...É o preço que pago pelos olhos arregalados de menina amadora....


MAS.............

“ como tristeza não tem fim e felicidade sim”...me apresso em ver “ com que roupa eu vou ???ao samba que VOCÊ me convidou???”

Hoje, o dia chorou compulsivamente comigo. Não havia raios e trovões, só o silêncio provocador do lamento...... Daí banhei a pele com água de cheiro, botei flor lilás nos cabelos, me desfiz do salto alto e fui assim mesmo, de alma nua, cantar as dores de Pixinguinha, Noel, Martinho e do Paulinho no meio da rua......assim frágil......e deslocada em meio a pasteis e chopes.........

E como o tempo é imensidão....a noite me reservou o privilégio de mudar, leia-se...me deliciar no blog do Edson Marques, o Mude vale a pena na alegria e na tristeza...risos...recomendo caros amigos...e a propósito Edson...me identifico com mulher tipo Suzana, como já te disse e por isso te quero sempre assim poeta de vastidão ...infindo...