quem conta um conto aumenta um ponto
e mais não digo ....



A Maria Louca e o Zé Mané





No silêncio da tua dureza, eu coloquei metáforas tão tontas e zonzas, quanto uma abelha bêbada de vodca barata. Sim eu boto estranheza no nada, vez em quando. E daí? Sou Maria, a estranha que, a propósito, não veio ao mundo para parir seu salvador. Sou bisneta da perdição, mesmo. Se me dessem o papel da santa e o da puta, nessa filha da P de peça, ficaria com o segundo, apesar de crer em milagres. E o Zé mané?ah, ele era um solitário abstênio, cheio de convicções de botequim. Era ladrão de galinhas. Gostava de matá-las para comer-lhes o coração. Credo né?Eu adorava omelete, com salada e assim termina a história de amor , que nem começou e por isso não tem fim.

(trecho de diálogo da comédia autoral da Peça A Maria Louca e o Zé Mané)