quem conta um conto aumenta um ponto
e mais não digo ....



MINHAS NOITES NUAS E TUAS




Deixar do mitológico "ser"" """eu"", para experimentar a liberdade da vastidão de ser tudo, ao mesmo tempo , aqui e agora é tirar a roupa num repente e logo em seguida viciar-se a nudez. De repente, a gente nem quer mais o aprisionamento de qualquer identidade, por mais bem pensada que seja. A gente se surpreende no contentamento de ser parte do fluxo. É assim na arte. Olha que curiosa essa interpretação do dicionário: arte é a capacidade que o homem tem de, dominando a matéria, pôr em prática sua idéia. Eu já acho meio ao contrário. A arte pode acontecer no intervalo que cessa o pensamento e acessa a intuição. Seja como for, fazer, receber ou principalmente comapartilhar da arte é um sem fim de possibilidades....
Hoje eu conheci pessoalmente o dramaturgo e cineasta Domingos Oliveira. Me encantei com a irreverência de seu Cabaré Filosófico , em cartaz no Canequinho Café, no Rio de Janeiro. Ele, me trouxe a graça de seu fazer artístico nos lábios. Beijou minha noite na boca. Eu retribui o carinho com a felicidade, que ajudei a plasmar em seu palco. E assim fomos todos felizes, numa noite sem fim...
Poucos de a chance de compartilhar grandes paixões profissionais com os melhores amigos. Eu tenho. Minha irmã , escritora e cantora, agora também se aventura pelo caminho ancestral do teatro, com a minha benção de atriz e arteira e a de Domingos, que a traz brilhante em seu cabaré.

Travessuras do Pensamento por Domingoss:

" Pensar não é agir. Tem gente que pensa o dia todo e nada faz. falar também não é agir. Falar só é agir quando alguém ouve. Cantar é sempre agir, mesmo quando ninguém ouve""""
" As coisas só existem porque a gente pensa nelas. Então pense em mim...."
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Trecho do filme Nome Próprio, de \Murilo Sales, com Leandra Leal..ótima no papel de uma intensa e atormentada blogueira
"
"Eu só ganho corpo na palavra..um corpo-palavra. As vezes eu escrevo meu medo...."


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Obrigada ao poeta Claufe Rodrigues que me fez uma bela canção sobre minha adolescência..."15 anos""


" Essa noite eu daria meus sonhos para ser um sonho seu" (Claufe Rodrigues...techo do show Sol na Boca...www.solnaboca.blogspot.com)

" Não dou mais porque não tenho. Perdi tudo no jogo. Tenho marcas e feridas. Brinquei com fogo"(idem ao anterior)
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Essa última é uma aprceria minha com Roberto Carlos Para Você..que aqui está comigo, cara a cara, mesmo tanto distante.. e por que eu ainda nem lembrei...apenas sinto muuuitasss saudades...

" Me perdi de tanto amor. Ah, eu enloqueci..ninguém podia amar assim e eu amei. Devo confessar, ai foi que eu errei"

Da Liberdade do Paradoxo





Não suporto ternura desperdiçada, nem minha, nem alheia. Nada deve ser reprimido. Nem mesmo "coisas" com a raiva. Então por que, qual seria o argumento plausível para matar um afeto? A raiva?? O ego?? a auto-presevação?? bom, esta última hipótese é a que me convence, por enquanto. Porque que o mundo está difícil, isto está e todos sabemos. Tem muita doidera, no mal sentido, por aí.
Mas será que a nossa dureza cotidiana não disfarça ainda apenas a mesma coisa? A boa e velha repressão do sentir/expressar prazer? Sim, pois a senhorinha pode sorrir para o padeiro em agradecimento ao pão sovado por suas mãos, mas a moça bonita o deixaria constrangido, talvez ou pior ainda, assanhado equivocadamente. Outro dado relevante é que parece, que até aqueles que trepam, mais que moleque em cerca de fazenda, têm se valido do mesmo recalque. É como se tivessem que transar escondidos de si próprios e de suas verdadeiras motivações, rápido e com o maior número de parceiros possíveis, para das "experiências" nada viverem de singular.

Acho que é preciso vivenciar todas as emoções, até mesmo para abandoná-las se assim for a hora. Nenhuma é maldita. Todas são experiências que podem virar algo bom. Por exemplo, tudo nessa vida acontece entre duas polaridades. A positiva e a negativa.É no meio da diferença, que está a liberdade e também o paradoxo. Ou quiça a liberddade do paradoxo.... É certo que há exatamente o que tem que ocorrer, quando estas polaridas se encontram num mesmo contexto. O problema é que, as vezes, cada qual está exclusivamente em sua circunferência particular e aí fica difícil qualquer interceção, ainda que haja muita querência. E isso é a única pena da vida. Aquilo que nos negamos, ou que nos negam, por simples obstinação e não por escolha. Sim, pois a escolha é sagrada. Sempre! Mas quantas vezes escolhemos???

Pensando em coisas assim, eu descobri porque eu ESCOLHI praticar a afetusidade. Porque me dá prazer. E não desperdiço meus afetos, que devo confessar - um tanto envergonhada - estão cada vez mais raros também, por osmose. Mas creio ainda naquela boa e velha história: fazer amor sempre foi e será mais gostoso, talvez e quase com certeza, não por nenhum pudor, mas porque nessa ocasião a gente se permite também ao ridículo da afetividade pura e simples, como a eforia de beber água da bica.
( claro que isso não significa apologia às instituições falidas e nem ao papai e mamae da santa culpa e nem a monogamia, porque afeto não tem cor, nem modelo tamanho único e pode acontecer num segundo eterno de dois tempos, que nunca mais se encontrarão).

Puxa ficou parecendo texto de auto-ajuda de site de relacionamentos...hahah..mas não apagarei, pois recebi/troquei tanto afeto agora, que me permito ser um pouco ridícula. A alegria sincera também nasce do desapego da pose. HA HA HA HA
lembrando que: De pensar morreu o burro. As vezes é mesmo melhor cessar as armadilhas da racionalidade e apenas se entregar as sensações. E se o sentir da hora foi ruim, aniquile-o com um outro que você, com certeza, conhece ou almeja. Não reprima apenas rejeite o que não te serve. Ou unicamente tente! Como diz uma norma de segurança da filosofia prática SwáSthya Yôga "Esforce-se sem forçar", mestre DeRose (educador, codificador do Swásthya Yôga)

CERTAS MENINAS QUE RIEM DE CHORAR



Foto Acheite




São Paulo, capital, hora do Jornal Nacional, da sacada uma janela aberta chama meus olhos. Lá, na tela da grande TV, Fátima e Wiliam falam das aberrações e injustiças do dia, enquanto uma bela garotinha apenas dança. Ela já traja pijamas, mas empolgada como se sentisse o primeiro raio de sol nas ventas, rodopia, saltita e sorri muito, emanando ao universo a energia cheirosa da inocência. Ela está sozinha na sala que vejo, da varanda aonde respiro a metrópole. Naquela menininha me revi. Quantas e quantas vezes houve música suficiente em mim para bailar qualquer tempo ou tempestade, com a mesma leveza das crianças que são super-homens e mulheres-maravilhas invencíveis, simplesmente porque pensam e, portanto, vivem no instante presente, vivem exercitando a presença...
Lembrei do super-homem de Nietzsche e seu conceito de superação através do enfrentamento do presente e das suas contradições. Concordo.

Eu não aprendi o que o tempo é. Nem aonde termina. Dizem que cura tudo. Também não consegui mitificá-lo, a tal ponto. Acho que ele, assim como tudo, é o que acreditamos que seja. Decidi não temer esta ‘entidade” e ponto. Nunca estive submissa a ele, ao contrário procuro fazer amizade. Curti-lo, no que tem de melhor. Não é o tempo que nos faz finitos. É a dor. Só ela nos encerra na mediocridade de uma única emoção. “Infelicidade é questão de prefixo” já disse Guimarães Rosa.

Quando um cansaço de séculos de incomprrensões me encontra, sei que apenas preciso dormir mais, ainda que seja urgente permanecer sempre lúcida e acordada. Assim como a garota “pirueta de pijama” eu ainda não entendi o mecanismo de algumas coisas. O quebra-cabeças delicado de encaixar os meus desejos nos desejos do mundo, a minha vontade, na lógica do contexto, ainda me parece intelinigível, ainda que seja, formalmente, um brinquedinho bastante apropriado para minha idade. Quando esta ansiedade me entristece, eu apenas procuro uma janela, procuro fechar os olhos, para me ver, respiro e depois finalmente enxergo meninhas livres, leves e soltas, que me lembram que sofrer é um valor judaico cristão, que nunca me pertenceu. Nunca quis disputar o reino dos céus com os “privilegiados’ fracos e oprimidos. Sou devota da alegria!
Não por coicidência, na entrada da casa dos meus amados, pai e Izildinha (a sacada em que estava), o visitante se depara com um balaio de maracas, chocalhos e outros instrumentos de percussão, além das bailarinas de Degah e outros elementos coloridos, que nos remetem ao prazer e a alegria de estarmos vivos, ainda que cercados de algumas transitórias e inevitáveis frustrações e dúvidas.