quem conta um conto aumenta um ponto
e mais não digo ....



Da Liberdade do Paradoxo





Não suporto ternura desperdiçada, nem minha, nem alheia. Nada deve ser reprimido. Nem mesmo "coisas" com a raiva. Então por que, qual seria o argumento plausível para matar um afeto? A raiva?? O ego?? a auto-presevação?? bom, esta última hipótese é a que me convence, por enquanto. Porque que o mundo está difícil, isto está e todos sabemos. Tem muita doidera, no mal sentido, por aí.
Mas será que a nossa dureza cotidiana não disfarça ainda apenas a mesma coisa? A boa e velha repressão do sentir/expressar prazer? Sim, pois a senhorinha pode sorrir para o padeiro em agradecimento ao pão sovado por suas mãos, mas a moça bonita o deixaria constrangido, talvez ou pior ainda, assanhado equivocadamente. Outro dado relevante é que parece, que até aqueles que trepam, mais que moleque em cerca de fazenda, têm se valido do mesmo recalque. É como se tivessem que transar escondidos de si próprios e de suas verdadeiras motivações, rápido e com o maior número de parceiros possíveis, para das "experiências" nada viverem de singular.

Acho que é preciso vivenciar todas as emoções, até mesmo para abandoná-las se assim for a hora. Nenhuma é maldita. Todas são experiências que podem virar algo bom. Por exemplo, tudo nessa vida acontece entre duas polaridades. A positiva e a negativa.É no meio da diferença, que está a liberdade e também o paradoxo. Ou quiça a liberddade do paradoxo.... É certo que há exatamente o que tem que ocorrer, quando estas polaridas se encontram num mesmo contexto. O problema é que, as vezes, cada qual está exclusivamente em sua circunferência particular e aí fica difícil qualquer interceção, ainda que haja muita querência. E isso é a única pena da vida. Aquilo que nos negamos, ou que nos negam, por simples obstinação e não por escolha. Sim, pois a escolha é sagrada. Sempre! Mas quantas vezes escolhemos???

Pensando em coisas assim, eu descobri porque eu ESCOLHI praticar a afetusidade. Porque me dá prazer. E não desperdiço meus afetos, que devo confessar - um tanto envergonhada - estão cada vez mais raros também, por osmose. Mas creio ainda naquela boa e velha história: fazer amor sempre foi e será mais gostoso, talvez e quase com certeza, não por nenhum pudor, mas porque nessa ocasião a gente se permite também ao ridículo da afetividade pura e simples, como a eforia de beber água da bica.
( claro que isso não significa apologia às instituições falidas e nem ao papai e mamae da santa culpa e nem a monogamia, porque afeto não tem cor, nem modelo tamanho único e pode acontecer num segundo eterno de dois tempos, que nunca mais se encontrarão).

Puxa ficou parecendo texto de auto-ajuda de site de relacionamentos...hahah..mas não apagarei, pois recebi/troquei tanto afeto agora, que me permito ser um pouco ridícula. A alegria sincera também nasce do desapego da pose. HA HA HA HA
lembrando que: De pensar morreu o burro. As vezes é mesmo melhor cessar as armadilhas da racionalidade e apenas se entregar as sensações. E se o sentir da hora foi ruim, aniquile-o com um outro que você, com certeza, conhece ou almeja. Não reprima apenas rejeite o que não te serve. Ou unicamente tente! Como diz uma norma de segurança da filosofia prática SwáSthya Yôga "Esforce-se sem forçar", mestre DeRose (educador, codificador do Swásthya Yôga)