quem conta um conto aumenta um ponto
e mais não digo ....



Só mais uma Maria e outro José



*experimentações novelísticas para livro...se nao houver tempo para ler tudo de uma vez acompanhe a novelinha em parágrafos"....meus beijosss selvagens...à todas as queridas pessoas que se comunicam comigo, através das impressões que meu trabalho lhe causam...Getúlio obrigada pelas suas palavras, por se comover com meu trabalho...obrigada à todos que são tão queridos comigo...e aceitam brincar nas minhas brincadeiras e louquices infantoliterárias...

O menino José sabia falar, a contento, de suas saudades só com as mãos. Era assim, calado, que gritava o desejo ardido dos anos idos, vagarosamente na silhueta e Maria. As mãos de José sempre foram verbais. A palma quente combinava, de forma exótica, com as pontas dos dedos ligeriamente mais frias. Mão e olhos sempre andaram no mesmo compasso naquele homem. Olhos de cio eram aqueles. Jaboticabas maduras, nuas. Talvez mesmo a única parte desnuda do anti-herói de mil e uma capas. Olhos certeiros. Do tipo que engolem a paisagem. Ah! Se os homens soubessem a força de um olhar. Não pode ser do tipo ensaiado. Esses são brochantes. Já o olhar desejoso, daquilo que diante dele está, é avassalador. E José olhava assim para Maria, todas as vezes que se cruzavam em meio aos seus galopes pelo mundo. Rezava -lhe todas as reverências com as pupilas ligeiramente trêmulas de ansiedade e alguma pressa, disfarçada em seus movimentos precisos de amante experimentado, assim como no risinho insinuado no canto da boca.
Aquele reencontro era tão improvável e mais ainda eram aquelas saudades mútuas, espetaqueiras, espetaculares, que não couberam num simples olá como vai. Cinco anos e nenhuma notícia ligeira, de nenhum. Da última vez vivida, despediram-se sem a coragem de dizer adeus, mas não trocaram endereço. Ela estava de mudança marcada para Barcelona, aonde daria aulas de espanhol, estudaria dança flamenca e talvez dispusesse parte do seu tempo à conhecer melhor os espanhóis..Ele casara-se tinha dois meses e, ainda em lua de mel, planejava as cortinas beges do novo apartamento em Lisboa e com sua portuguesinha bege, planejava a educação dos filhos, que nem tinha.
Há algum tempo o menino José decidira que somente o casamento o tornaria um homem sério para efeito de eventos sociais. Não ocorreu-lhe, de pronto, pedir Maria em casamento posto que a achava alternativóide demais e ademais ela estava viajando com a companhia lusa de dança, pelo mundo afora, há dois anos, era famosa, ganhava bem e não haveria mesmod e querer amarrar-se a qaulquer José, mal ele sabia que ela só queria ser sua Maria. Na despedida deles , na fase que ele ainda tinha medo de casar (730 dias anteriores ao noivado com a Bege), o menino José tinha se esmerado em ser ríspido com a bela Maria, contando-lhe inclusive e desnecessariamente, que na noite anterior tinha dado orgasmos múltiplos à sua melhor amiga, só para fazer-se odiar, por precaução talvez. Também não era coicidência da atitude grosseira o fato de numa noite outra ela tivesse falado demias ao dizer que o amava e disse de forma avassaladora, que declarou-se apaixonada até pelos mínimos detalhes, de suas evidentes feiúras. Fora um excesso, certamente. Ela sempre soube que ele não era dado à retórica, mas explodiu feito um orgasmo incontrolável e não deu para voltar atrás, neste caso, já que eles não eram consumidores de drogras e não havia nem a desculpa da "onda" causada pelo doce do amor. Era doidera lúcida mesmo.
Isso aconteceu por causa do jeito que o menino José cheirava Maria. Ele tinha um jeito de farejar cada aroma seu, que a entorpecia. Maria , nessas horas, já não era mais ela e resumia-se em uma alquimia de perfumes. Ela adorava fluir no vento, sem o peso do corpo e das emoções, era apenas cheiro de rosa. Nos cinco anos que passou longe daquele cão farejador, foi chuva, vento, mas perfume não mais...ninguém a cheirava como aquele menino, até ali.

Quando se encontraram por acaso, de repente, em Paris, na livraria aonde Maria teria ido prestigiar seu amigo escritor Erico Balbo e José estava de passagem, apenas para comprar uma revista de jardinagem, que o faria passar o tempo no avião, na volta para Lisboa, ambos sorriram na hora, sem tempo de lembrar protocolos de psêudos indícios de auto-estima regulada ou, resumindo, mágoas idiotas. Amores livres, afinal são os que pernanecem sorrindo, em qualquer tempo. Acontece que um segundo depois Erico chega na cena que se ensaiava, enlaça a cintura fina de Maria e beija-a, na boca. Pede-a em casamento publicamente, brincando e diz que ela olhe a contra-capa da obra aonde estava grafado em "alto e bom som": Para a mulher que eu deixo ir embora, quantas vezes precisar, pois nunca sairá de meu peito, a primeira bailarina do meu mundo, para você Maria Maia minha ilusão predielta"..." Erico era um famoso escritor publicado mundialmente. Tinha um caso de amor eterno com Maria, eram amigos, cúmplices. No momento, ele estava casado com Ernesto. Era polêmico e encantador. Era o porto seguro para onde Maria , sempre tinha prazer de voltar.
Aquela bincadeira pública, em Paris era surrealista o bastante para provocar uma lágrima perfumda de santidade nas bochechas rosadinhas de Maria, que abraçou longamente Erico e brindou seu sucesso no décimo livro "Flor do Mato", uma supresa em homemnagem à ela, sua diva. Logo na sequência, o pobre seria atacado de um bando de jornalistas, momento no qual sorrateiro José veio ao fronte com suas habituais ironias.
- Sabe por que eu ainda sou apaixonado por você? Por estás ainda mais linda que da última vez.
Foi invadinho o espaço vital da boa educação e já vizinho das orelhas da moça sussurrou um te quero seguido de um por favor saia comigo daqui agora.
-Case comigo já, ainda que por alguns minutos, ou quem sabe hora cheia?

- Ah menino bonito. Você ainda não tem modos? E eu confesso que cultivo certa inveja de tamanha cara de pau. Não posso, estou com Erico.
- Não. Neste momento, o único real na vida, não há certamente ninguém ao seu lado e de mais a mais eu tomava agora mesmo um cafezinho com Ernesto, disso provocador. Vale dizer que Ernesto era um fotógrafo francês lindo e endinheirado. Ele assinava a capa do novo livro de Enrico, uma imagem encantadora de uma singela flor em meio ao capim.

Sem poder pensar , porque a esta altura sua mente era engolida pelos olhos de cio daquele ser sempre estranho, Maria se deixou levar. Certamente não consentiu. Apenas de alguma forma quis e permaneceu imóvel, sem ajudar em nada e decidida a complicar as coisas, para se divertir um pouco. José puxou-a pela mão, com a alegria simples que tinha com a primeira paixão, aos 9 anos, no colégio interno em que estudara, e arrastou-a para fora da livraria.

Atordoada, Maria entrou no refinado carro, que o rapazola outrora um boêmio portuguesinho, agora possuia, com direito a motorista, para quem José pediu o trajeito até sua casa. Sim, agora ele morava em Paris e estaria indo à Portugal apenas para visitar a filha com a ex-esposa bege, agora com três anos e moradora de Lisboa. Ele estava na cidade luz há um ano, aonde coordenava um importante projeto do governo francês na área de resutauração do patrimônio histórico. Era respeitado mundialmente nessa área. Toda vez que José pressentia que Maria saltaria da louca carona, colocava-lhe as mãos no rosto, mais ou menos nas bochechas, na altura das orelhas, de uma forma que só ele sabia fazer para, ao mesmo tempo, acariciar, acalmar e atrair para si o cavalo selgavem , que sempre pisoteara a moça, nos caminhos de dentro. Maria não dava palavra. Apenas ia. Nem sabia oq eu pensava. Creio que não pensava. Estava em estágio meditativo.

Assim que entrou na sala do seu anfitrião, Maria mudou o comportamento inerte e dizendo que aceitava a brincadeira, porque você Zezinho (ele odiava diminutivos), com sua boquinha miúda me dá orgásmos múltiplos, dos quais não me lembro mais e acho que mereço uma recordação feliz, depois de aturar suas indelicadezas, quando foi despedir-se de mim antes de minha viagem apra Barcelona. Ela de certo se esforçava em ser irônica, super'ficial e distante, bem ao gosto do freguês, mas lá dentro já não sabia se era ainda uma mulher ou um sabiá em pleno vôo. Sem dar palavra ele a pegou no colo de forma inusitada, de cabeça para baixo, como ela odiava, apesar de adorar estar esbelta o bastante para permitir tal comportamento. Tal ação chegou a esfriá-la por segundos. A raiva não é fogo, sempre. Irritada deitou-se na cama e fechou os olhos. Queria defender-se daquelas pupilas matadoras , que conhecia bem. Sabia-se presa fácil.
Lentamente ele começou a despi-la, como se ao contrário cobrisse uma deusa. Tinha um cuidado milimetrico com cada movimentação e o desabotoar de um botão precedia tantos carinhos, que o corpo já estava ha tempos pelado de paixão, embaixo da roupa que sobrava na pele. José fazia a festa de sempre com os pequeninos seios de Maria. Um baile delicado e demorado. José gostava de acariciar as sombracelhas de Maria, também. Fazia de um jeito que todos os demais pelos do corpo entravam em conexão de arrepio. Maria continuava inerte. Por fora. Fazia-se de rogada sabendo que ele não caía em seu jogo. Apenas aproveitava. Numa dança de corpos, agora ambos desnudos, José vira Maria para brincar delicadamente com suas costas e com as duas mão segura mansamente comovido de saudades , as nádegas, beija-as, afasta-as e começa a percorrer caminhos sinuosos e improváveis nas redondezas, como quem chupa pela primeira vez uam carambola, fazendo de canda deslizar uma nova aventura. Maria estava inundada de prazer, mas permanecia de olhos fechados, insinuando uma indiferença que seu corpo todo desmentia. Ele aguardava, neste ponto já ansioso, que a moça abrisse seus lindos olhos verdes e numa súplica muda dissesse um vem cá, sem letra.

Confiante, porém não tranquilo, José aguardava em movimento. Sempre preferira a dúvida. Dizia que as frestas, por menores que fossem, o deixavam confortável. Quando beijava suavemente bem detrás da orelha da moça, local em que ele sempre dizia haver o cheiro jenuíno de uma fêmea, Maria, ainda de olhos fechados leva subitamente seus dedinhos delicados , pintados de vermelhor rubi até suas entranhas e como fazia habitualmente com seus pezinhos bailarinos nos teatros municipais, começou a valsar com seu clitóris, feliz e contenta.

No princípio, José ficou aturdido e depois maravilhadamente agradecido. Aquele espetáculo lindo e até pueril, ela parecia uma criança brincando um um gatinho, totalemtne à vontade, lhe estava à marcar a alma para sempre. Quieto e com medo de fazer qualquer algo, que pudesse interromper a cena, ele sentou-se no chão próximo da cama e ficou a amar profundamente aquela mulher, a mulher da sua vida, pelos olhos. No grande finale, Maria finalmente abre-lhe os olhos, o convida para sua festa e os dois se adoram loucamente até que ele cochila, ela diz eu te amo para sempre, bem baixinho para não ser presa na teia que vem, quase sempre depois, e foge devagarinho, sem qualquer alarde. Passa na livraria, despede-se do amigo e ex-amante Erico dando-lhe um ramalhete de flores e um beijo de cinema (ela amava Enrico no tempo sem começo nem fim). Conta-lhe rapidamente a decisão de aceitar o convite de novo trabalho da companhia de dança de Moscou. Dois anos fora de Barcelona, era hora boa. Cinco anos passaram rápido demais ao ponto dela rever até José em Paris, de hora para outra. Isto fora um sinal, com certeza, apesar dela não ser mística, tinha de justificar -se de mais uma "viagem" de alguma maneira. O medo de ser comida por aqueles olhos de bicho do mato a cegavam. Já ele, quando acordou ficou cego de amor e nunca se perdoou por não tê-la amado a tempo de dizer-lhe.

Ninguém sabe ao certo se houve outro reencontro. Passado um ano de trabalho contratual e dos esfregões de sempre com os tipos de mulheres de sempre, que caíam em sua lábia muda, ele foi morar em Barcelona, em busca do paradeiro da Maria. Ela continuava anônima em Moscou, dando aulas de dança para criança, agora. Estava feliz com a recente descoberta que os russos não eram tão gélidos assim e até namorava um ruivinho lindo e amoroso, na época referida. As vezes matava as saudades de José, simbolicamente falando. Noutras, gostava de pensar que cavalos selvagens se encontram no meio da estrada, vez em quando, brincam a mesma brincadeira e depois seguem naturalmente sem dizer EU TE AMO PARA SEMPRE ....