quem conta um conto aumenta um ponto
e mais não digo ....



Conversa de Botequim regada a chá de jasmim e /ou monólogo da Julieta surda


imagem de Shiva Shankar - criador mitológico do Yôga ..um homem que teria vivido há mais de cinco mil anos na civilização dravidiana, hoje conhecida como Índia

No Método DeRose aprendemos que qualidade de vida é descomplicar. Ter bom humor sempre que possível. Não vale ser passivo, muito menos resignado. Yôga significa união. E união só acontece com partes inteiramente preservadas (o que não implica cruas ou duras), do contrário pode ser só osmose. Cada ser entende o mundo ao redor de acordo com as ferramentas de que dispõe é fato. Nem sempre por motivação e em muitas vezes por uma questão de boa educação somos levados a trocar idéias. Penso que uma boa meta é nortear qualquer conversação sempre do ponto de vista do humor e da positividade, com leveza e sem nenhum esforço de convencimento e/ou muito menos doutrinação. E tanto faz se o outro é conhecido de décadas ou transeunte eventual. Conversa é sinônimo de sufocante tédio, quando não sobram pausas estratégicas e sorrisos. tem gente que tem o dom de espremer o outro em frases autorais. Estes também criam verdadeiros larbirintos de frases de efeito, aonde a gente enfrenta até o minotauro se for o caso por um minuto de intervalo....
É engraçado como muitos, por exemplo, cultivam a vida toda o vício da elaboração imediata de respostas defensivas à qualquer colocação alheia, ainda que nem seja contrária. Para estes esgotar o assuto é questão de honra e mérito. Que bobagem se é tão bom quando sobra muita prosa futura, em meio a poesia de um encontro sem palavras. Tagarela inteligente é o que mais gasta tempo à toa. Fazem da conversa quase uma obrigação de revanches calculadas. Aí fica chaaato, as vezes a gente perde a vontade até de começar a falar. E diz um oi como vi já de saída para o sujeito não contar.
É que nem sempre a gente acorda disposto para campeonatos. pelo menos se a gente é do tipo que entra para ganhar. Certos interlocutores obrigam seus pares a entrar na final mundial do jogo da retórica sem aviso anterior. Como em partida decisiva de tênis, o que vale é marcar pontos e assim perde-se a chance de curtir um frescobol de fim de tarde, onde o que vale é o prazer de brincar, como diria Rubem Alves. Eu cada vez menos tenho fôlego para trocar impressões da vida nessas dinâmicas viaciadas e viciantes, aonde todos corremos o risco de estar acorrentados.
Tenho preferido o silêncio, mas isto não significa nada específico ok? Talvez esteja me ocupando em metabolizar algumas falas que faltaram no enredo de certas histórias. Também é um exercício de rompimento sesta mecânica do elegante enfrentamento ininterrupto das inteligências, entre um sorriso e outro, que as vezes me diverte, confesso. Sempre fui muito comunicativa. Defensora dos meus ideais, sonhos. Nunca quis convencer, mas em muitas fases quis me fazer entender, o que as vezes dá no mesmo e é pura perda de tempo porque todo mundo só entende o que quer e se propõe.
E não adianta qualquer esforço de comprovação. Eu posso te amar sem limites desacomodada na sentença de um silêncio, por exemplo, enquanto você nem ao menos suspeitará, que ainda lembre seu nome, só porque eu sorrio distante encabulada da sua obviedade, que me era antes tão improvável feito o sol do meio dia no meio de um temporal que veio mudo, a meia noite de amanhã .

É preciso cuidado minha gente.
Afinal palavra é mantra (som de poder). É uma responsabilidade enorme dizer seja lá o que for. Para o bem e para o mal. Escrever então ainda muito mais. Nem se diga o quanto. Recentemente o mestre DeRose falou em seu blog da importância da escrita inclusive (www.uni-yoga.org/blogdoderose). Minha irmã (www.finaflormonicamontone.blogspot.com)também pratica yôga. Como sou instrutora do método DeRose, que tem Yôga como uma de suas ferramentas práticas (ministro classes) e assim sempre trocamos idéias sobre esta filosofia difundida amplamente, como já citei não apenas através das técnicas yôgins, mas da literatura e outras ferramentas e propostas filosóficas e culturais do método DeRose. Acabei de ler um post muito bem escrito por Mônica e tive vontade de soar junto e atualizar o blog com o perfume desta cultura que tanto acrescenta aos que se identificam com suas propostas. Quanto mais se bate o gongo maior a possibilidade de comunicar certo? A proposta de vida do yôga prima pela simplicidade. Não aquela que renegue nada. Ao contrário. A simplicidade de realizar tudo que cabe num minuto sem neurose. No seu ritmo. Atento. Lúcido. Em uma palavra o Yôga prima pela naturalidade. pelo que é natural seja em que circunstância for. E principalmente pela expansão da consciência que em resumo significa poder. Educação da mente é para os corajosos, sem dúvida. A meta do yôga é nos tirar da mediocridade mental e nos alçar ao vôo da hiperconsciência. Eu misturei tudo aqui. Citei autores que respeito. Deixei a prosa correr solta, sem meta. Isso não é bom. Nem mau. As vezes vale. Noutras é só confusão......