quem conta um conto aumenta um ponto
e mais não digo ....



CABEÇA DE PAPEL






Escrever arranha o tempo. Ou lambe. Além de matar o outro jeito de dizer, claro. Certas letras engolem sujeitos viu? Metáforas fazem amor. Há frases para repartir bonança. Outras de empilhar ausências. Além das que existem só para povoar as cartas de amor “eternamente ridículas”. E sempre tão perdoáveis. Certas palavras nascem simplesmente felizes. Outras pontiagudas. Algumas são de proveta. Tem as fingidoras e etecétaras. Maquiar dor é mutilar-se à toa, seja qual for a construção verbal. De uma forma ou de outra o inconfessável é quase sempre explícito.

Soube, recentemente, por uma psicóloga, que metáforas constituem linguagem factualmente hipnótica. Servem também aos que não se rendem ao tédio dos exemplos tangíveis.


Quanto vale “o conhecimento que disfarça o desejo” metaforicamente falando?