quem conta um conto aumenta um ponto
e mais não digo ....



Alada






Posso assumir, se quiser, a forma de um cavalo alado, amarelo com laranaja se ficou um pouco de mim armazenado no nosso reggae em pleno carnaval, fora de época. E para suprir essa falta posso simplesmente me reinventar. Depois acontece de eu não saber acomodar as asas inquietas no vestido. Ou ainda podem me querer, de repente, no papel de uma banguela de gravata, em produção de surrealismo barato. E daí? Minha alma é indiferente à convites alheios..."Antes de te encontrar te amei.."Fernando Pessoa. Minhas vibrações são narcísicas e só atraem similaridades...demorou, mas aprendi a sintonizar o rádio, graças ao SwáSthya Yôga, inclusive.
E se tudo parecer reverso...tudo bem
De costas, o mundo me revela, ainda, mais todas as suas intimidades. Nós pés e nas mãos temos todas as escolhas do ir e vir.Isso quando o coração não embaça de querer ficar. Entrar e sair de filmes mudos, hora como protagonistas e segundos depois como figurantes é o jogo do grande teatro do absurdo. A Vida. Eu não cheiro ao teu café, passado nos dias anteriores. Nada sucedi. Apenas aconteço agora na história. E, a propósito, cheiro mato. Virgem de nós. Misturado com baunilha. Meu perfume é o Femme. Pode ser demasiado forte, para ofatos viciados.
Em meio aos enredos de sempre, vale dizer que, talvez, o que se passa no bastidor da nossa vaidade é por vezes o que nos resta de liberdade poética..... a realidade é que tenho me sentido represada e fictícia.
Oh realidade, eu te invento..Clarice Lispector