quem conta um conto aumenta um ponto
e mais não digo ....



Proust, o vento e eu




Amar é depois do fato de existir, ou antes ainda, uma loucura. De um jeito ou de outro, até os amores ditos tranquilos guardam sementes da piração, as vezes arrolhada pelo condicionamento e pela zona de conforto das aparências. É bom e é mau e claro, por isto mesmo, confunde nosso vício de definir. Tudo depende de como você dança com seus sentimento. Se acompanha o ritmo, se atravessa....estas coisas... Claro que falo aqui do amor romântico é não o da generosidade universal, cuja paz floresce em todos os cantos dos bichinhos, plantinhas, maezinhas, filhinhos, amiguinhos, etc..
Este verbo teima em ser sujeito só para manipular pessoa. Tem gente que diz em que cada fase da vida tem-se um jeito de amar, um entendimento de amar. Não sei não, mas penso que no meu caso amo, amarei e amaria loucamente. Encontrar a liberdade que não encerra os casais na paranóia, no tédio ou na angústia é desafio comum, independente dos motivos.
Quero indicar um livro muito engraçado e bom. Sobre o imaginário proustiano de amor. Trata-se de O Ciúme, de Nicolas Grimaldi. Apesar do título o livro vai muito além desta mazela. O livro lembra que amor é de longe uma das palavras mais empregadas por proust, mas não se engane pois o termo vem associado a doença, paranóia, angústia, etc....
Dependendo do espírito com o qual você ler, dará boas risadas, como eu dei, por exemplo com aquela velha teoria da insignificância da pobre pessoa amada frente ao amor.
"Todo o amor só aspira à indiferença e o sofrimento"Proust...lembrando que para Aristóteles "Todo desejo só aspira em não mais desejar"..
Enfim, Nicolas é professor de filosofia da Sorbonne e reconehcidamente um dos maiores conhecedores da obra de Proust. Livrinho de bolso, que vale a pena..
No mais, as vezes bate um cansaço..um ciúme - ops, acho que inveja, mas isto já é outra coisa...- do vento que sopra e sopra e sopra seja como for, sem cansaço.
A sensação de não encontrar o fluxo das oportunidades é extenuante. É como uma dança truncada. Você dá um passo. Há uma quebra. Você percebe, mas tem dificuldade em fazer melhor. Depois arrisca outro movimento. De novo vem aquela sensação de dureza, mas pelo menos não pare camarada. É isso que digo para mim e acho que serve para você.
Sempre me joguei no tempo, nas paixões, nos sonhos, apesar de ter medo de coisas bobinhas, que geralmente quase ninguém tem. Sempre procurei ouvir o ritmo da voz das ventanias. As vezes, no entanto, é tanta linha cruzada, que a gente ensurdece. Sair por aí buscando incansável o lugar aonde o vento sopra a favor e simplesmente não descobre, ainda. Mas eu sei que naquele dia, que hoje é sombra de amanhã, olha lá a saia de chita preferida pendurada na anca da Carolina dançando com vento de igual para igual soprando o mundo como bolinha de sabão. Que seja, pelo menos, o mundo interior.
meus beijoooossss
muita luz e ventania pro cês...